Abras diz que preços vão começar a cair

São Paulo

  – A remarcação de preços nos supermercados, que provocou até a falta de alguns itens nos últimos dias, deve desacelerar e acabar até o fim do mês. Neste período também todos os artigos que sumiram das gôndolas devem reaparecer. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), José Humberto Pires de Araújo. Segundo ele, os motivos seriam o recuo do dólar (embora não tão acelerado quanto o esperado), a demanda fraca e o fim dos repasses de aumento de custos pelas indústrias. Para o executivo, a elevação de preços registrada neste momento é pontual, não significando o retorno da inflação. O principal motivo para esta expectativa é a falta de demanda. Araújo considerou que “o pior já passou” e destacou que as pressões ocorridas nos últimos dias foram consequência da conjunção de diversos fatores, como a quebra de safra de produtos agrícolas, entressafra, aumento de tarifas públicas e o processo eleitoral.

Além disto, os preços no atacado, desde junho, vinham mostrando que havia um aumento represado e muitas indústrias aguardavam o fim do processo eleitoral, na expectativa de que faria recuar o dólar, o que não ocorreu na velocidade esperada.

Arroz

O presidente da Abras disse ainda que o único caso preocupante neste momento é o do arroz: a nova safra só entra em fevereiro e o aumento acumulado até setembro já estava em 19,6%. Por conta disso, o governo até já teria autorizado a importação do produto dos Estados Unidos, segundo Araújo.

Faturamento

A cesta de produtos pesquisada pela Abras registrou neste ano, até setembro, uma alta de 2,85%. A Abras acredita que o faturamento do setor, em outubro, será positivo, embora os números ainda não estejam fechados.

Entretanto, para novembro as previsões são de que ocorra um recuo nas vendas. O desempenho anual – a previsão é de alta de 1% – dependerá de dezembro, cuja expectativa é de uma elevação de 2% sobre o mesmo mês do ano passado. Em 2001, o setor movimentou, em termos nominais, R$ 72,5 bilhões. Para o primeiro trimestre de 2003, a Abras espera um recuo dos números, pois o mesmo período deste ano ainda refletia o incremento das vendas ocorrido no final de 2001.

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