Abimaq reduz projeção de queda do setor de máquinas

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) revisou a projeção de queda no faturamento do setor em 2009, após os sinais de recuperação da economia dos últimos três meses. A entidade alterou a projeção de uma queda de 30% em relação ao ano passado, estimada no início do ano, para um recuo menor, de 20% a 21%. A informação foi dada hoje pelo presidente da Abimaq, Luiz Albert Neto.

O faturamento das empresas do setor passaria, desse modo, de R$ 85 bilhões contabilizados no ano passado – quando houve alta de 23% ante o ano anterior – para R$ 68 bilhões em 2009. Albert Neto, que participou de evento realizado pela Abimaq no Rio, disse que os investimentos no País, refletidos na produção de bens de capital e na taxa de investimento só deverão retornar ao patamar atingido em 2008 em dois anos. Desse modo, somente em 2011 o País deverá registrar uma taxa de investimento de 19%, similar a de 2008. Em 2009, a estimativa da Abimaq é que a taxa retorne à média dos últimos dez anos, em torno de 17%.

De acordo com Albert Neto, para que a taxa de investimento chegue ao patamar considerado razoável para o País, de 23%, serão necessários pelo menos mais cinco anos. Mesmo assim, será preciso haver incentivos para a produção local de bens de capital, como desoneração tributária para investimentos, inovação tecnológica e linhas de financiamento de longo prazo “com custo razoável”.

No que diz respeito à desoneração tributária, Albert Neto explicou que a Abimaq propôs emenda à legislação do pré-sal, que está em tramitação no Congresso, solicitando a isenção de tributos como Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), PIS e Cofins da cadeia produtiva de fornecedores para o setor de petróleo.

O presidente da Abimaq citou a atual cotação do dólar como um dos principais entraves para o desenvolvimento da indústria de máquinas e equipamentos. Ele disse ainda ser a favor do “câmbio livre”, mas defendeu que algum mecanismo seja implantado para evitar o apetite de capital de curto prazo no País, que está, segundo ele, sobrevalorizando o real.

Uma das sugestões de Albert Neto é que haja uma penalidade para a retirada de capital estrangeiro que permaneça por menos de 180 dias no mercado brasileiro, por exemplo. Ele lembrou que as exportações do setor caíram 32,8% no acumulado de janeiro a agosto de 2009 ante igual período do ano passado. Albert Neto também lembrou dados já divulgados pela entidade, de aumento de 17% no faturamento das empresas em agosto ante julho, mas queda de 11% ante agosto do ano passado. Segundo ele, o “fundo do poço” para os produtores brasileiros de máquinas e equipamentos em 2009 foi o mês de janeiro, quando o faturamento chegou a cair quase 40% ante igual mês do ano passado.