Foto: Roberto Corradini/SECS

No total, serão 6.920 cabeças sacrificadas, um quinto d número de cabeças abatidas no Mato Grosso.

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O abate sanitário na sexta e penúltima propriedade do Paraná apontada como foco de febre aftosa pelo Ministério da Agricultura já começou. Ao todo, cerca de 2,7 mil animais da Fazenda São Paulo, em Loanda, serão mortos. É o maior rebanho entre os sete declarados com focos da doença.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), o sacrifício na Fazenda São Paulo começou ontem, por volta das 6h40. Até 16h30, cerca de 680 animais foram mortos, numa média de 70 animais abatidos por hora. Quatro atiradores da Polícia Militar estão atuando na fazenda. Os procedimentos continuam hoje.

Na fazenda, propriedade de Pedro Garcia Pagan, há 2.709 animais, pouco acima dos 2,5 mil contabilizados inicialmente. Desses, dois tiveram as vísceras retiradas na última sexta-feira. O material, a exemplo de animais de outras fazendas, foi enviado ao laboratório do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), no Rio de Janeiro, para exames de necrópsia. Os animais estão sendo enterrados em duas valas que medem 220 metros de comprimento, seis metros de largura e cinco de profundidade, abertas na propriedade.

Assim que os trabalhos terminarem na Fazenda São Paulo, os técnicos da Seab, Ministério da Agricultura, integrantes da Comissão de Avaliação, Taxação e Sacrifício e atiradores da Polícia Militar seguem para a Fazenda Alto Alegre, também em Loanda, pertencente a Jonas de Andrade Gois. Na propriedade, há 1.903 animais.

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De acordo com a Seab, as duas valas na Fazenda Alto Alegre começaram a ser abertas no último domingo. Cada qual mede 145 metros de comprimento, seis de largura e cinco de profundidade. A previsão é concluir a abertura até amanhã e revestir as valas com manta texturizada, atendendo exigência feita pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. É que o solo, tanto da Fazenda São Paulo como da Alto Alegre, é arenoso e a carcaça dos animais poderia contaminá-lo.

Conforme previsão da Seab, os trabalhos nas duas fazendas devem estar concluídos até o próximo sábado, dia 25. O sacrifício sanitário começou no Paraná no último dia 8, com a morte de 231 animais da Fazenda Pedra Preta e 144 da Fazenda Cesumar, ambas em Maringá. Depois, foi a vez do rebanho de 84 animais da Fazenda Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso. Em seguida, os 39 bovinos da Fazenda Santa Izabel, em Grandes Rios. Na semana passada, os trabalhos foram retomados, com o abate de 1.810 animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, onde os procedimentos só terminaram no último sábado, dia 18, por volta das 15h.

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Os proprietários das quatro primeiras fazendas já receberam os valores da indenização que cabem ao Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Fundepec-PR). Os outros 50% virão do Ministério da Agricultura. Ainda essa semana, segundo a Seab, o valor deve ser depositado na conta de André Carioba, proprietário da Cachoeira. Ao todo, cerca de 6.920 bovinos serão mortos no Paraná.

Mato Grosso do Sul

No Mato Grosso do Sul, onde foi confirmado o primeiro foco de febre aftosa no início de outubro, todos os abates já foram concluídos. No total, 33.741 animais foram mortos, sendo 32.549 bovinos, 566 suínos e 626 pequenos ruminantes.

O governo federal já comunicou à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) que os abates já foram finalizados e que a partir de agora estão sendo colocados alguns animais nos locais onde foram encontrados os focos para saber se o vírus conseguiu ser eliminado. O governo informou ter gasto R$ 18,556 milhões com a indenização dos proprietários dos animais sacrificados.

A ocorrência de aftosa no Brasil levou mais de 50 países a imporem embargos à compra de carne brasileira, gerando prejuízo aos pecuaristas e frigoríficos. Os embargos devem ser levantados a partir do momento em que o Brasil consiga convencer esses países que a doença foi eliminada.

Greve

Os servidores técnico-administrativos do Ministério da Agricultura completam amanhã uma semana em greve. Eles reivindicam um plano especial de cargos e salários e gratificação de R$ 970,00 para servidores do nível técnico, R$ 1.552,00 para o nível médio e R$ 2.070,00 para o superior. No Paraná, eles somam cerca de 300, entre 580 funcionários efetivos do ministério.