A inflação está de volta

Dois índices de inflação mostraram aceleração ontem, pressionados por aumentos sazonais e preços administrados. Apesar de pontual, a alta dividiu os mercados sobre a tendência da taxa de juros, uma vez que o Banco Central já mostrou-se bastante cauteloso este mês.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou para 0,68% em janeiro, após a taxa de 0,46% em dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou que a inflação ao consumidor em São Paulo subiu para 0,74% na terceira quadrissemana de janeiro, acima da taxa de 0,71% na segunda.

O IPCA-15 – tido como uma prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência do sistema de metas de inflação – acelerou devido sobretudo a maiores preços de energia elétrica, alimentos, ônibus e combustíveis. “Esses aumentos são coisas pontuais, não representam uma tendência”, afirmou Vladimir Caramaschi, economista-chefe do Banco Fator.

“Acho que até o Copom (de fevereiro), a gente vai começar a ver essas pressões diminuírem um pouco, então não vejo por que manter os juros nos níveis atuais. É possível cortar 0,5 ponto.”

Ele estima um corte de juros apesar de prever que o IPCA irá acelerar de 0,52% em dezembro para 0,80% este mês. O IBGE divulga os dados do IPCA deste mês no início de fevereiro. O Copom reúne-se entre 17 e 18 de fevereiro. Na reunião de janeiro, o BC interrompeu a seqüência de sete cortes seguidos e manteve em 16,5% a taxa Selic.

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