Durante muito tempo o tráfico de órgãos no BR foi tabu, diz Fraga

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Órgãos, Neucimar Fraga (PL-ES), disse nesta quinta-feira que o depoimento de duas enfermeiras sobre o tráfico de órgãos no Hospital Regional de Taubaté (SP) contribuiu muito para o trabalho da CPI. Segundo o deputado, elas citaram inclusive o nome de médicos envolvidos.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM, Neucimar Fraga lembrou que, em 1987, um ex-diretor do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Taubaté (SP) denunciou quatro médicos por eutanásia, retirada e implante ilegal de órgãos, envolvendo hospitais de Taubaté e São Paulo.

Agora, a CPI do Tráfico de Órgãos ouviu a denúncia de duas enfermeiras que faziam parte da equipe do hospital naquela época. Segundo o deputado, elas contaram como acontecia a retirada ilegal dos órgãos de alguns pacientes.

De acordo com o depoimento das enfermeiras, muitos pacientes chegavam ao hospital, a maioria vítimas de acidentes de carro, e seus órgãos eram retirados. Eles acabavam morrendo de hemorragia provocada pelos próprios médicos, segundo relatou o deputado. “Isso tudo acontecia sem o consentimento da família da vítima, que nem ao menos ficava sabendo do real motivo da morte de seu ente”, disse.

Segundo o deputado, após serem retirados, os órgãos eram levados por uma equipe transplantista de São Paulo ao hospital Oswaldo Cruz, onde eram transplantados em pacientes particulares. ?Durante muito tempo o trafico de órgãos no Brasil foi tabu. O depoimento dessas enfermeiras contribui muito para o trabalho da CPI”, afirmou. A comissão foi criada em abril deste ano.

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