Dólar volta a cair e fecha o dia cotado a R$ 3,30

O dólar reassumiu a trajetória de queda, mas encerrou a quinta-feira ainda acima dos R$ 3,30. A moeda recuou 0,75% e fechou cotada a R$ 3,305 para venda e R$ 3,30 para compra, enquanto o risco Brasil opera em queda de 0,71% a 1.256 pontos.

O mercado experimentou algum estresse na reta final dos negócios, com a notícia de que teriam sido encontradas pela ONU (Organização das Nações Unidas) em território iraquiano 11 ogivas químicas vazias, mas em condições de uso.

Os EUA têm promovido uma campanha para obter apoio de outros países em um eventual ataque militar ao Iraque, caso o país governado por Saddam Hussein não consiga provar estar totalmente desarmado. O Iraque nega possuir armas de destruição em massa.

Uma guerra na região exportadora de petróleo elevaria drasticamente os preços do produto, ameaçando a recuperação da economia global.

“É difícil ainda mesurar o efeito [da notícia] sobre o câmbio, sobre o cupom cambial, mas isso deve aumentar a volatilidade do mercado”, afirmou Marco Antonio Azevedo, gerente de câmbio do Banco Brascan.

Retomada

O dólar operou hoje em baixa desde a abertura, depois de registrar forte alta ontem, quando os investidores aproveitaram uma controvérsia sobre a reforma da Previdência para realizar lucros, vendendo ações e títulos da dívida na alta e comprando dólar mais barato – a moeda havia fechado a R$ 3,258 na terça-feira.

Embora a confiança no novo governo, combustível do otimismo que fez o dólar recuar 7% nesse início de ano, não tenha sido abalada, os investidores estão mais atentos ao cenário político, sob a percepção de que haverá uma série de obstáculos a serem superados até que as reformas propostas entrem em prática.

Enquanto isso, a queda do dólar é sustentada pela expectativa pela entrada de recursos captados por bancos e empresas no exterior nas últimas duas semanas, um total aproximado de US$ 1,2 bilhão que ainda não chegou às mesas de operação. Petrobras e Cemig ainda estão com operações desse tipo abertas.

Já a compra de 61% das ações ordinárias da Tele Centro Oeste Celular pela Telefónica e a Portugal Telecom gerou otimismo, mas deve ter impacto menor sobre as cotações. Nos últimos dias, como antecipou à Folha Online, um banco espanhol já vinha comprando dólares em nome da Telefónica, possivelmente com vistas à operação de US$ 425 milhões.

A médio prazo, entretanto, a transação pode trazer US$ 1,07 bilhão ao Brasil porque as duas empresas também fizeram oferta por todas as ações em poder de minoritários da TCO.

Após o encerramento dos negócios, os investidores esperam que o Banco Central anuncie operações para tentar rolar uma dívida de US$ 1,3 bilhão em contratos cambiais que vence na terça-feira (21). A expectativa é que a operação seja bem sucedida e as taxas cobradas pelo mercado sejam baixas.

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