São Paulo – O dólar comercial iniciou o ano em alta, pressionado pelas atuações do Banco Central (BC). Além da compra de moeda no mercado à vista, a autoridade monetária ofertou hoje (2) US$ 400 milhões em leilão de swap reverso – operação de troca de contratos que pagam taxas de juros por operações feitas em dólar. Com isso, a moeda americana subiu 0 65% e fechou em R$ 2,34.
A eliminação do limite de US$ 6 milhões para que os bancos façam operações de compra de dólar, anunciada sexta-feira pelo BC, por enquanto não surtiu efeito, afirmam analistas. Segundo eles, não é essa medida que vai incentivar as instituições financeiras a comprar mais a moeda, mas sim a tendência do mercado.
E, neste momento, a tendência continua sendo de apreciação. O economista-chefe da GAP Asset Management, Alexandre Maia, argumenta que o cenário internacional é bom, a liquidez deve continuar e a balança comercial terá um desempenho bastante positivo. Isso significa que dólar continuará pressionado, especialmente porque a elevada taxa de juro real brasileira deve atrair capital estrangeiro. Isso sem contar que a economia mundial vai continuar crescendo, afirma o economista da Sul América Investimentos, Newton Rosa.
A dúvida do economista da Ágora Senior, Flávio Serrano, é até quando o BC terá bala para atuar no mercado de câmbio. Ele explica que as operações são caras, seja no mercado à vista ou futuro. Isso porque o governo paga taxa Selic para remunerar as operações feitas. "Em algum momento ele terá de cessar."
No mercado acionário, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou durante quase todo o dia em terreno negativo, mas inverteu o movimento e fechou em dia em alta de 0,15%, em 33.507 pontos. O risco país não teve variação, já que o mercado nos Estados Unidos não funcionou.