O dólar emendou seu segundo fechamento em queda, algo que não ocorria desde o último dia 10, e fechou a R$ 3,559 para venda e R$ 3,554 para compra, em baixa de 1,13%. Entretanto, a expectativa é que a moeda suba amanhã, quando investidores devem comprar dólares para se precaverem contra eventuais más notícias no fim de semana.

Três fatores colaboraram para a queda da moeda hoje. O primeiro, e principal deles, é o adiamento da expectativa de guerra entre EUA e Iraque. Embora o consenso no mercado seja de que a guerra vai ocorrer, a previsão de que ela comece em fevereiro está perdendo espaço.

Frente ao impasse com outros países membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e com a concentração de feriados muçulmanos em fevereiro, cresce entre analistas políticos e econômicos a percepção de que uma possível guerra não ocorreria antes de março.

Analistas e investidores dão sinais também de que, em R$ 3,60, o dólar já teria atingido um teto razoável para subir com base apenas na expectativa de guerra, sem fatos mais concretos.

O segundo fator é a entrada de novos recursos externos no país, apesar da maior instabilidade no quadro político e econômico internacional diante da possibilidade de guerra.

Hoje, o Bradesco, que no início do mês captou US$ 250 milhões, reabriu nova operação para a emissão de 50 milhões de euros em eurobônus e o Standard Bank London informou que concluiu uma captação de US$ 20 milhões em linhas para exportação no exterior em nome da Sadia. Assim, o total de recursos obtidos por empresas e bancos brasileiros fora do país este mês sobe para pelo menos US$ 2,224 bilhões

As operações confirmam que a melhora da confiança externa na economia brasileira vista no início do ano é consistente e sustentável.

Para isso, ajuda também a valorização dos títulos da dívida externa brasileira e a consequente queda do risco-país brasileiro, que assumiu a trajetória descendente há quatro dias e voltou de um pico de 1.427 pontos no dia 24 para 1.348 pontos hoje, quando opera em baixa de 1,10% e colabora para a queda do dólar.

O único porém para que a melhora ganhe continuidade amanhã é a formação de “provisões” para o fim de semana, quando o presidente dos EUA, George W. Bush, se reúne com seu aliado na questão iraquiana, o premier britânico Tony Blair.
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