Dois mil bois serão sacrificados no Paraguai

Quase dois mil bovinos serão sacrificados a partir da próxima segunda-feira no município paraguaio de Corpus Christi, que faz divisa com a cidade de Sete Quedas, no Mato Grosso do Sul. O abate foi decidido depois da confirmação de dois focos de febre aftosa no rebanho da Fazenda São Francisco, propriedade do brasileiro Francisco Junqueira, residente em São Paulo.

A confirmação da doença foi feita pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa). A eliminação dos animais foi anunciada hoje (1) pela manhã por autoridades sanitárias brasileiras, em entrevista coletiva realizada na sede da Agência Estadual de Defesa Sanitárias de Animais e Vegetais (Iagro).

Segundo os técnicos, todos os bovinos existentes em um raio de 25 quilômetros do local onde foram descobertos os bois doentes devem ser sacrificados. Adiantaram que as ações de defesa que estavam concentradas em Sete Quedas foram instaladas de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, a Foz do Iguaçu, no Paraná.

Dessa forma, barreiras sanitárias fixas passaram de 22 para 30 em toda a extensão da fronteira com o Paraguai, garantiu o diretor de Defesa Agropecuária da Delegacia Federal de Agricultura, Heitor Valter de Lima.

Para o diretor do Iagro Alexandre Krabb, as equipes centralizarão o trabalho na desinfecção dos veículos, pois o vírus não é transportado apenas por animais. Toda a linha de fronteira Brasil-Paraguai está fechada para o trânsito de bovinos, com a ajuda do Exército, Marinha e Aeronáutica. Ainda conforme Krabb, a confirmação da existência do vírus mudou toda a estratégia que estava sendo aplicada desde o levantamento de suspeitas, há mais de um mês.

O lote sob suspeita era composto por 460 animais, que deverão ser sacrificados o mais rápido possível, juntamente com outros 1.500 que também estariam em contato com os dois animais doentes. ?Temos um rebanho bastante expressivo a proteger e não podemos correr qualquer risco?, ressaltou Heitor de Lima. Já o diretor do Iagro acredita que o caso não vai prejudicar a condição de área livre de aftosa, conquistada por Mato Grosso do Sul. ?Quem não vacinou o rebanho deve vacinar urgentemente?, disse.

Os pecuaristas do Estado já estavam antecipando a imunização contra a aftosa desde o dia 7 do mês passado, com prazo para concluir o trabalho no próximo dia 5, e conseguiram vacinar 70% do rebanho do Estado, estimado em 25 milhões de cabeças. Esse prazo foi ampliado para o dia 30 deste mês pois, segundo Krabb, na estiagem os animais perdem resistência, dificultando o manejo na parte alta do Estado.

No Pantanal, a vacinação terminará dia 15 de dezembro. Depois dos prazos para as vacinações, os pecuaristas terão 15 dias para comunicar a conclusão do trabalho aos escritórios do Iagro existentes em todo o Estado.

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