Dilma e Tarso pressionaram queda de Berzoini

A cabeça do presidente do PT, Ricardo Berzoini, foi ceifada depois da pressão feita pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Relações Institucionais). Ambos consideraram um desastre a atuação de Berzoini no escândalo do dossiê Vedoin e convenceram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que era preciso afastá-lo do comando da campanha pela reeleição. A mais irritada era Dilma, que disse a assessores ter se sentido traída por Berzoini.

Na terça-feira, Dilma e Tarso tiveram uma reunião com o presidente do PT, que na ocasião tentou tranqüilizar os ministros, prevendo que o escândalo acabaria sendo estancado. Em nenhum momento da conversa, Berzoini revelou que outros dois petistas – Oswaldo Bargas e Jorge Lorenzetti, ambos do núcleo central da campanha – estavam envolvidos na tentativa de divulgação do dossiê.

No diálogo ocorrido no Planalto, o presidente do PT manteve a versão que já sustentara em entrevistas: não tinha ficado sabendo de nenhuma negociação de integrantes da campanha com veículos de imprensa para a publicação do dossiê. No mesmo dia da conversa com os ministros, porém, a revista Época divulgou uma nota revelando que um repórter seu tinha sido procurado por petistas interessados em intermediar denúncias da família Vedoin.

Segundo a revista, os integrantes do PT disseram que agiam com o conhecimento de Berzoini – informação que ele se viu forçado a confirmar poucas horas depois. O que mais irritou Dilma e Tarso foi o fato de que a reunião com Berzoini servira para definir a estratégia que Lula adotaria para uma entrevista concedida em seguida em Nova York.

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