Dieese: ganhos salariais melhoraram ao longo do primeiro semestre

O balanço das negociações salariais do primeiro semestre, divulgado hoje (26) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos (Dieese), mostra que 47,3% das negociações resultaram em ganhos reais de até 5% para os trabalhadores. Em mais da metade desses casos, porém, o ganho real foi de até 1%. Em 32,1% dos acordos e convenções firmados, a reposição foi igual ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE. Em 20,6% das categorias, o reajuste conquistado ficou abaixo da inflação. As negociações levam em conta a inflação acumulada nos 12 meses anteriores à data-base. Assim, os ganhos foram melhorando ao longo do primeiro semestre, na medida em que a inflação recuou.

Para os trabalhadores com data?base em janeiro, que fecharam os piores acordos, a inflação acumulada foi de 10,38%. Já as categorias com data-base em junho utilizaram como referência uma inflação acumulada de 4,99%. As convenções coletivas de categorias profissionais resultaram em negociações melhores que os acordos coletivos de trabalho, firmados entre sindicatos de trabalhadores e empresas.

As maiores conquistas foram obtidas pelos trabalhadores da indústria, de acordo com o estudo do Dieese. Nesse setor, 84% das negociações resultaram em reajustes no mínimo equivalentes ao INPC. No comércio, o índice ficou em 75% e, nos serviços, em 74%. Na avaliação do Dieese, o crescimento da indústria, de 7,7% no primeiro semestre de 2004, favoreceu as negociações do setor.

Os trabalhadores da região Sul tiveram os melhores resultados em negociações: 91% do total das categorias conseguiram recomposição salarial, sendo que 59% conquistaram ganhos reais e 32% tiveram reajuste igual à inflação. Na região Sudeste, o percentual de reajuste igual ou superior ao INPC foi de 73%, no Nordeste, 70%, e no Centro-Oeste, 64%.

Por setor, 53% das categorias analisadas representam trabalhadores industriais, 37% referem-se a serviços e apenas 9% das informações coletadas dizem respeito ao setor de comércio. Mais de 80% dos resultados foram coletados nas regiões Sul e Sudeste. Cerca de 13% das negociações analisadas foram firmadas no Nordeste, 5% no Centro-Oeste e apenas 1% no Norte do país. Nenhum acordo teve abrangência nacional.

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