Enxurrada

Deslizamento de terra toma conta de 25 casas atrás de empresa na CIC

Foto: Rodrigo Félix Leal

Eram quase 17h de domingo (12) e chovia. Kauany Margarete, de 14 anos, estava em casa com a família quando percebeu algo errado no seu quarto. Localizado atrás da casa, próximo à divisa com o terreno de 150.000 m2 da empresa Arpeco S.A Artefatos de Papéis, o espaço começou a encher de água e barro.

“O líquido entrou pela janela, começou a vazar por toda a casa e logo as paredes também racharam. Ficamos em estado de alerta achando que tudo ia cair”, disse a moradora.

No mesmo instante, a família ouviu muito barulho nos vizinhos e, ao saírem da residência, se assustaram ainda mais porque toda a Rua Ladislau Luka, na Cidade Industrial, estava alagada. O deslizamento que atingiu a casa de Kauany quebrou o muro e entrou com força.

“O barro chegou a encostar na roupa que estava no varal e foi entrando na cozinha derrubando geladeira, levantando a cama de casal do quarto e enchendo tudo com um metro e meio de altura. A água começou a sair pelos cantos da janela da frente como uma cachoeira e foi necessário quebrar a porta pra vazar”, descreveu o proprietário da residência, Etevaldo Germano Gomes, que auxiliou o inquilino.

De acordo com a Defesa Civil de Curitiba, o deslizamento aconteceu no terreno da empresa Arpeco e atingiu 25 residências. Apenas duas precisaram ser interditadas pela Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi).

“Fizemos o levantamento e acionamos os órgãos competentes como Secretaria de Meio Ambiente, Saúde, Secretaria de Obras e a Fundação de Ação Social (FAS). Vamos nos certificar de que a empresa cumpra suas obrigações para que a situação não volte a ocorrer”, informou em nota.

Empresa

Segundo o gerente geral da fábrica, Antônio de Siqueira Taborda, a empresa está muito triste com o que aconteceu e já limpou o terreno para ajudar os moradores. “Antes tinha vegetação no terreno e as famílias que moram perto estavam reclamando de cobras e outros bichos. Então, pediram pra que cortássemos e nós mandamos tirar tudo há 45 dias”, explicou.

No entanto, não esperavam que a chuva fosse tão forte a ponto de arrastar a lama, entupir a valeta de contenção e danificar as casas. “Estamos dando apoio às famílias atingidas, vamos disponibilizar uma casa da empresa para um morador que ficou sem local para morar e também já iniciamos os reparos necessários”.

Segundo ele, a valeta atual será desobstruída e uma nova será construída acima para garantir que o desastre não volte a acontecer.

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