Desemprego atinge 2 milhões em São Paulo, revela Seade/Dieese

O número de desempregados na região metropolitana de São Paulo em março chegou a 2 milhões, o maior já registrado no terceiro mês do ano, desde 1985, quando a Fundação Seade e o Departamento de Pesquisas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) começaram a pesquisa.

O saldo só foi superado pelo de setembro do ano passado, quando havia 30 mil pessoas a mais procurando emprego. A taxa de desemprego passou de 19,8%, em fevereiro, para 20,6% da População Economicamente Ativa (PEA) , em março, a mesma constatada nos meses de abril, maio e setembro de 2003. Compõem a população economicamente ativa as pessoas com idade entre 15 e 64 anos que trabalham.

No período, foram suprimidas 94 mil vagas, e saíram do mercado de trabalho 20 mil pessoas. A maioria das demissões ocorreu no segmento da indústria, onde foram fechados 87 mil postos de trabalho. Na área de serviços, os cortes somaram 27 mil e, no comércio, 15 mil. A exceção foi verificada nos serviços domésticos e na construção civil, setores em que foram criadas 35 mil vagas.

A pesquisa apontou queda no número de trabalhadores autônomos (44 mil), bem como de assalariados com carteira assinada no setor privado (23 mil) e de empregados no serviço público (15 mil).

Os dados mostram que o desemprego afetou mais os jovens de 18 a 24 anos, o equivalente a 7% da PEA, mas continua alto na faixa de 25 a 34 anos (30,2% da PEA) e entre os chefes de família (23,8%). O tempo médio que o trabalhador procura emprego diminuiu de 56 para 55 semanas. Nos últimos 12 meses, ingressaram 127 mil pessoas na lista de desempregados. Esse resultado deveu-se ao fraco desempenho da geração de ocupações (70 mil), em relação ao aumento de trabalhadores (197 mil).

O nível de ocupação caiu 1,2% com um saldo estimado de 7.707 mil pessoas em atividade. Conforme a avaliação técnica, embora seja típico, a falta de uma ampliação de vagas na indústria, nesse período, houve uma retração em todos os ramos. A indústria de Alimentação reduziu as ofertas em 16%; Gráfica e papel (10,1%); Química e Borracha (8,9%), Vestuário e Têxtil (5,0%) e Metal-Mecânica (4,0%). Já no setor de serviços, as demissões foram maiores na área de serviços creditícios e financeiros (5,2%), mas outras áreas abriram postos como no segmento de limpeza e outras oficinas (5%) e de Saúde (2,7%).

Pelo segundo mês consecutivo, caiu o rendimento médio dos trabalhadores (-3,3%), em comparação a fevereiro, passando para R$ 953. O rendimento dos assalariados, que vinha se mantendo estável desde dezembro, recuou 2,1%, ficando em R$ 1.007. Essas médias são superiores apenas aos registrados, em março do ano passado, quando estavam em R$ 939 e R$ 998, respectivamente.

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