Desafio global

Os chamados países industrializados, as maiores potências econômicas do planeta, que dominam a produção e a manipulação dos investimentos em escala transnacional, enfrentam o quadro adverso da diminuição acelerada de seus estoques estratégicos de combustíveis.

Nos últimos dez anos, segundo estimativas de especialistas no setor, os estoques de petróleo caíram a seu nível mais reduzido, situação agravada pelo corte de produção promovido pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o todo-poderoso cartel que tem imposto sobre o mundo a sua própria determinação.

A Opep responde por um terço do total das explorações de petróleo e até agora parece decidida a não modificar a proposição de cortar o fornecimento diário da commodity em 1,7 milhão de barris.

Um estudo feito pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), deixou a descoberto um quadro deveras preocupante nos países formadores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujas reservas despencaram 1,26 milhão de barris por dia no primeiro bimestre do corrente ano.

A estimativa da demanda atual de petróleo no mundo é de 86 milhões de barris diários, com o aumento de 1,8% em relação ao consumo registrado no ano passado. O maior consumidor e importador mundial são os Estados Unidos, cabendo nesse mercado um papel cada vez mais exuberante para a China, onde a demanda interna por combustíveis é inesgotável.

Tendo em vista o maciço crescimento da economia chinesa, o país tornou-se o segundo maior importador mundial de petróleo. A proposta de expansão do Produto Interno Bruto no gigante asiático, em 2007, autoriza a previsão do aumento de 40% nas importações de petróleo.

É exatamente essa a perspectiva que convence os chefes de governo de países de influência global, como Estados Unidos e União Européia, de si mesmos vorazes consumidores dos derivados de petróleo, a concentrar no curto prazo o interesse na prospecção de fontes alternativas, como o etanol, a fim de sustentar o abastecimento interno. O assustador, entrementes, é que o problema tem a exata dimensão do planeta.

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