O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá assinar, nos próximos dias, um decreto contendo as diretrizes gerais da Política Nacional do Álcool, não com o objetivo de estabelecer parâmetros para o importante ramo da matriz energética. Ao contrário, o documento vai nortear, em boa hora, a ação pública no combate ao abuso de bebidas alcoólicas.
Dentre os itens em destaque, o projeto prevê a facilitação do acesso dos dependentes aos tratamentos específicos, seguindo recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse sentido, professores e profissionais de saúde da rede pública serão capacitados para atuar em programas de prevenção.
Tanto a comercialização quanto a publicidade de bebidas com maior teor alcoólico estão sendo examinadas com rigor pelos técnicos da Casa Civil da Presidência da República, onde o texto do decreto está em fase de acabamento.
Um dos maiores desafios vistos pelo governo é o ataque à dependência do álcool entre povos indígenas, uma das maiores causas do desaparecimento de nativos de muitas etnias. Os pesquisadores admitem que a disseminação do alcoolismo é facilitada pela banalização dos males causados pela bebida, cuja dependência embute, entre outros, o risco do absenteísmo, acidentes automobilísticos, violência doméstica, loucura e morte prematura.
Em 2005, um estudo mostrou que o Brasil tinha cerca de cinco milhões de dependentes de álcool, entre 12 e 65 anos de idade. Um número certamente subestimado.


