Deputados do PT definem estratégia de fim de campanha

Preocupados com o efeito das críticas do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, os deputados petistas na Câmara montaram uma ofensiva na defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra o tucano para os últimos 20 dias de campanha eleitoral. A estratégia é insistir no discurso de que, caso eleito, o tucano vai vender a Petrobrás, demitir servidores públicos e congelar salários, ao mesmo tempo em que os deputados vão se manter em alerta para procurar administrar a vantagem de Lula apontada nas pesquisas de intenção de voto e tentar ampliar essa margem.

A bancada petista reagiu, em reunião nesta segunda-feira (9), ao tom agressivo e aos ataques de Alckmin a Lula no debate de ontem na TV Bandeirantes com um discurso duro e com a disposição de não deixar acusações sem respostas. "Não vamos ouvir em silêncio. Mentirosos são eles (oposicionistas), que não falaram que iam vender a Vale", afirmou o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), referindo-se à privatização da Companhia Vale do Rio Doce pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Se o terreno for ‘embarrado’, temos chuteira de trava alta", continuou o petista.

No discurso contra o tucano, os petistas vão buscar colar Alckmin no governo do ex-presidente FHC. "Não é terrorismo analisar. Se o governo dele vendeu parte do setor elétrico, vendeu a Vale do Rio Doce e a Telebrás, foi um governo ‘privatizador’. Vou medir as pessoas pelo programa que aplicaram", disse Fontana. "Até o dia 29 (de outubro), todo mundo vai saber que ele (Alckmin) representa Fernando Henrique e vai fazer o mesmo governo do ex-presidente", continuou.

Na reunião, a bancada avaliou a necessidade de adotar um discurso mais claro sobre a corrupção. A idéia é dizer que o governo Lula desmontou máfias, como a das ambulâncias superfaturadas, que foram montadas e que operavam no governo passado. Além disso, a sugestão é dar mais atenção à questão da agricultura, setor em que Lula perdeu votos. Outra tentativa dos petistas será a de trabalhar com um bordão, para colar em Alckmin a idéia de que o País ficou estagnado durante os oito anos presididos pelo tucano FHC.

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