Brasília – O deputado Carlos Willian (PMDB-MG) disse há pouco, por telefone, que na segunda-feira irá recorrer da decisão da Secretaria-Geral do Senado de levar em conta o seu pedido de apoio à continuidade da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios em 2006. Ele quer que seja considerado válido o pedido contrário à prorrogação da CPMI.
Willian reconhece que chegou a assinar um requerimento em favor da ampliação do prazo para a conclusão do trabalho da comissão de dezembro para abril do ano que vem. Mas ele afirma que depois retirou o apoio à prorrogação do prazo, assinando outro documento.
"Na terça-feira, assinei o pedido em favor da prorrogação. Mas, ontem, fui à comissão e vi que o trabalho estava mais político do que técnico. Já tinha chegado à conclusão quando o líder do meu partido – deputado Wilson Santiago (PB) – ligou me solicitando que retirasse a assinatura. Assinei o requerimento de retirada às 17h15 de ontem", afirma o deputado mineiro, que está em viagem no interior do estado.
Ele argumenta que a oposição apresentou o requerimento de prorrogação com a sua assinatura depois da base aliada ter apresentado o documento contra a ampliação do prazo. "A oposição usou uma estratégia mais inteligente que a do governo, de entregar minha assinatura por último. Mas, ainda assim, isso não está de acordo com a minha última vontade. Vou entrar com recursos para que prevaleça a minha assinatura de retirada".
Na noite de ontem, 68 parlamentares retiraram as assinaturas do requerimento que pedia a prorrogação e, em princípio, a continuidade da CPMI estava negada. No entanto, em uma conferência nesta sexta-feira, os pedidos de retirada dos deputados Carlos Willian e Wladimir Costa (PMDB-PA) foram indeferidos.
Os dois também estavam na lista de parlamentares que apoiavam a prorrogação da CPMI, entregue pelo líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), às 23h59, ou seja, prazo limite para a apresentação de documentos em apoio ou não à continuidade da comissão.
Ao final, o requerimento de prorrogação da CPMI dos Correios contou com 171 assinaturas favoráveis de deputados e 35 de senadores – números suficientes para garantir a ampliação do prazo final de término dos trabalhos.
O deputado Wladimir Costa foi procurado para falar sobre o assunto, mas a assessoria do parlamentar informou que ele está em viagem no interior do Pará e se encontra incomunicável.