Denúncia de corrupção pode afastar ministro dos Transportes

O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, pode deixar o governo antes do final do mês ou no período em que se exonerar do cargo para assumir, em fevereiro, o mandato de deputado federal para o qual foi eleito pelo PL de Minas Gerais. Esta é a solução cogitada por assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tirar do centro do governo as denúncias que surgiram contra o ministro por seu suposto envolvimento no desvio de R$ 4 milhões da prefeitura de Iturama (MG). Adauto teria recebido o prazo de uma semana para provar a sua inocência ao Palácio do Planalto.

As conclusões de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores de Iturama implicam, além de Anderson Adauto, o senador Aelton José de Freitas (PL-MG), que era o prefeito quando teria sido praticado o crime, nos últimos meses de 1996. Freitas assumiu o mandato de senador no lugar de Alencar, que renunciou ao mandato para compor a chapa presidencial de Lula.

A assessoria do ministro dos Transportes afirma desconhecer qualquer sinalização dele ou do Palácio do Planalto sobre demissão e que o ministro considera que se armou uma campanha com denúncias falsas contra ele. Adauto tem ligações políticas com o vice-presidente José Alencar e foi por ele indicado para o cargo. A eventual demissão do ministro tornou-se, por isso, uma questão política delicada. O PL de Alencar e do ministro foi o primeiro partido de centro e tendência conservadora a se aliar ao PT de Lula no ano passado.

O líder do PL na Câmara, Valdemar Costa Neto (SP), disse que as denúncias contra o ministro “não são verdadeiras” e que ele próprio verificou terem sido todas elas “arquivadas pelo Tribunal de Justiça”.

O deputado negou que Anderson Adauto esteja pressionado a renunciar ou que tenha recebido qualquer prazo para provar sua inocência. “O ministro está prestigiado pelo partido, pela bancada do PL e principalmente pelo PT”, afirmou Costa Neto.

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