Brasília – O presidente da CPI Mista dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que, se o PT insistisse em votar os destaques em separado depois da aprovação do relatório final da comissão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o maior prejudicado. Se atendesse aos apelos dos petistas, o primeiro destaque a ser votado seria de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que tentava responsabilizar criminalmente o presidente Lula pelo esquema de mensalão. "Olha o nível de irracionalidade do PT. Seria um tiro definitivo não só no PT como também em outras pessoas", comentou.

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Acrescentou que seria um risco pôr essa proposta em votação, já que os petistas não tinham votos suficientes para derrubá-la. O senador admitiu que, nesse acaso, além de quebrar as regras regimentais – que não permitem a votação de destaques depois da aprovação do relatório -, teria dificuldades para controlar a sessão, que ficaria "absolutamente inadministrável". O isolamento do PT na CPI dos Correios ficou comprovado com o resultado da votação do relatório final, que foi aprovado por 17 votos favoráveis e quatro contrários.

Na avaliação de Delcídio, o placar comprova, além do erro estratégico do PT, a discrepância entre o governo e o partido no Congresso. "O governo estava numa linha, e o PT, em outra. E deu no que deu", disse o senador, que não teme represálias do partido. No entender de Delcídio Amaral e do relator-geral da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), a bancada petista, na verdade, não tinha proposta para negociar. "Para negociar, tem que fazer a lição de casa e chegar com um texto para discutir", criticou o senador. Mesmo sendo alvo de hostilidades das bancadas do PT na Câmara e no Senado, Delcídio disse que continua disposto a subir, nas próximas eleições, ao mesmo palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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