Daiane dos Santos garante que dores no joelho diminuíram

Atenas (AE) – Oleg Ostapenko saiu sorrindo neste sábado do treino de ginástica artística no Olympic Hall. E não apenas o técnico ucraniano, mas também suas atletas brasileiras, Daiane dos Santos à frente. Aparentemente os problemas com o joelho direito da gaúcha estão contornados. “Já não estou sentindo mais muita dor”, disse Daiane, sem abrir mão da bolsa de gelo no local recém-operado.

As dores praticamente desapareceram, segundo Eliane Martins, a chefe de equipe. Mas não foi possível ao menos tentar conferir: a ginástica artística é o único esporte com treinamento fechado à imprensa. Virou um treino secreto, ao qual se tem acesso – e ainda assim não garantido – apenas se cumpridos quatro “mandamentos”.

Vinte e quatro horas antes, é preciso enviar um formulário solicitando permissão para se assistir às garotas nos exercícios a responsáveis no MPC, ou Centro Principal de Imprensa, que é passado aos responsáveis pelo local. Ali, a solicitação é repassada aos dirigentes do esporte.

Então, são questionados chefes de equipe e técnicos de todas as equipes ou atletas que estejam se preparando para treinar.

Se não houve unanimidade na permissão, esta é negada. Oficiosamente, teria sido a técnica responsável pela Austrália a responsável pelo veto à imprensa – em sua grande maioria brasileira – neste sábado. Eliane Martins disse não ter sido consultada.

Para aumentar o tempo de treino estipulado para cada país, os chefes usam de um artifício para aproveitar uma brecha no regulamento: são vários os que reúnem seus atletas para somar mais minutos. Neste sábado, as brasileiras mais as australianas treinaram cerca de duas horas e meia, a partir do meio-dia, ao lado de ginastas do grupo formado por Holanda, Suíça, África do Sul, Bolívia e Bulgária.

Daiane vinha treinando apenas com apoio no pé esquerdo, poupando o joelho direito. No período de aclimatação, em Kiev, na Ucrânia, teria sentido dor novamente pela troca de aparelhos – o tablado do solo, ainda pouco usado, é mais duro, mesmo caso agora em Atenas, segundo a chefe de equipe do Brasil.

A ginasta Caroline Molinaro adianta: de uma marca para outra, há mudanças. Em Curitiba, a equipe treina com equipamentos Havai; na Grécia, são Jansen-Krtizen, segundo ela mais duros.

Caroline gostou do treino deste sábado, com todas as garotas “realizando bem todas as tarefas, sem erros”. Daniele Hypólito ainda comentou que não gostou muito da própria performance.

Daiane, que já repassou várias vezes a coreografia do “Brasileirinho”, música que terá na sua apresentação no solo, onde tem chance de medalha, preferiu falar de suas impressões da Vila Olímpica.

Bem-humorada, acabou confirmando que Israel pediu um isolamento especial de seus prédios (ainda vazios), ao lado de onde está a delegação brasileira, mais Estados Unidos, Canadá, Grécia e Letônia.

“Mas está tudo tranqüilo. Pelo menos por enquanto ainda não vi nada voando por lá… Nem meia, nem camiseta…”

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