O corpo de d. João Maria de Orleans e Bragança foi velado hoje (27) na Imperial Irmandade de Nossa Senhora do Outeiro da Glória, onde são realizadas todas as cerimônias da família real, desde 1808 . Ele morreu ontem (26), aos 88 anos, vítima de complicações cardíacas. Ele estava internado há dois meses na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio, após sofrer um derrame.
Neto da princesa Isabel, d. João nasceu na França, onde viveu por 32 anos. Ao chegar ao Brasil, alistou-se na antiga Avião Naval. Atuou como tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) no patrulhamento da costa brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Reformado em 1960, foi morar em Paraty, no sul fluminense, onde mantinha como hobby a produção da cachaça Maré Alta. "Papai nasceu no exílio e voltou para servir ao País. Foi o maior exílio da história do Brasil, nenhuma liderança de esquerda ficou tanto tempo fora", disse hoje (27) o filho João Henrique de Orleans e Bragança. "Ele fundou a Aeronáutica brasileira. Nunca entendeu o enriquecimento das pessoas que chegam ao poder. Quem se mete na vida pública, não é para ganhar dinheiro.", disse ele.
O corpo de d. João será cremado nesta terça-feira (28) no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na zona norte do Rio. As cinzas serão levadas pela família para uma capela de Paraty.