Curitibanos cuidarão de gruta na Amazônia

Especialistas de Curitiba venceram licitação para elaborar o plano de manejo espeleológico da Gruta do Batismo, na Amazônia. A gruta fica numa região de grande potencial arqueológico. Mas devido à construção da Usina Hidrelétrica de Balbina, a maior parte dos sítios foram destruídos pela inundação. A caverna é uma das poucas que sobraram com pinturas rupestres e o local está sendo ameaçado pela visitação desordenada.

Segundo a diretora da empresa Ecossistema Consultoria Ambiental, Gisele Cristina Sessegolo, a região possuía 131 sítios arqueológicos. Mas a maior parte foi submersa na década de 1970, com a construção da usina. A caverna possui cerca de 150 metros de extensão e oito metros de desnível. Apesar de ser pouco atrativa, devido ao aspecto cênico, possui um grande valor histórico. Contém várias pinturas rupestres com figuras geométricas e de homens. Mas pouco se sabe sobre elas. Os especialistas da empresa vão tentar descobrir o que significa e montar o quebra-cabeça sobre o povo que ali viveu há muitos anos.

Hoje, a gruta está praticamente abandonada. Ela fica bem próxima à Vila de Balbina, na cidade de Presidente Figueiredo. A visitação não é ordenada e o patrimônio corre risco de desaparecer. Além disto, foi verificado que está havendo um desabamento natural das paredes e do teto, que são de arenito. "Mas pode ser que isto esteja ocorrendo devido a retirada de vegetação da parte de cima", fala Gisele.

O plano de manejo vai orientar as atividades que devem ser feitas para preservar a caverna e incentivar o turismo. Ele inclui ainda projetos de infra-estrutura e sinalização. Todo o trabalho vai custar R$ 80 mil e os recursos vêm do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal (Proecotur) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Local

No Paraná, a situação das cavernas também não é muito diferente. Das 300 catalogadas pela ONG Grupo de Estudos Espeleológicos do Paraná, 70 já foram destruídas. Entre as causas, inclui-se a mineração e o uso inadequado do local. Algumas estão servindo como depósito de lixo e de esgoto. A maioria das cavernas fica na Região Metropolitana de Curitiba. "As cavernas possuem fauna e flora únicos. Além disso, são um registro da nossa história. Precisamos saber usá-las e preservá-las", resume Gisele.

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