Há 40 anos, Curitiba recebia uma visita que marcaria para sempre a cidade. Ao beijar o solo no desembarque no Aeroporto Afonso no dia 5 de julho de 1980, o papa João Paulo II entrava para a história como o visitante mais ilustre a pisar em solo curitibano.
Vindo de Porto Alegre, na visita que fez por boa parte das capitais brasileiras, João Paulo II foi recebido pelas autoridades ainda na pista de vôo e já na saída do aeroporto arrastou uma multidão em carreata a caminho de Curitiba. O destino era o Estádio Couto Pereira, no bairro Alto da Glória, onde o pontífice falou para mais de 60 mil curitibanos – o maior público em um ambiente fechado na história do Paraná.
A passagem por Curitiba também marcou o papa. Nascido na Polônia com nome de batismo de Karol Jozef Wojtyla, o chefe da igreja católica foi homenageado no estádio pela imensa colônia polonesa de Curitiba, com apresentações de danças típicas.
No dia seguinte, o papa rezou uma missa em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual no bairro Centro Cívico. Foi a maior aglomeração de pessoas na história do Paraná. Estima-se que aproximadamente 700 mil pessoas tenham acompanhado a missa do papa no Centro Cívico.
O papa ainda participou da inauguração de um parque com seu nome ali perto de onde rezou a missa, também no Centro Cívico. Hoje, o Bosque do Papa é um dos locais de lazer mais frequentados por curitibamos, local que guarda parte da história não só da imigração polonesa, com casas típicas de madeira do século 19, mas também a memória da passagem de João Paulo II pela cidade.
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A menininha cracoviana
Uma das imagens mais marcantes da visita do papa a Curitiba é a do santo padre carregando no colo uma menina com traje típico polonês no Estádio Couto Pereira. O próprio papa teria pedido para pegar no colo a lina menina cracoviana (da Cracóvia, cidade natal de Woytila na Polônia).
“Meu pai cantava no coral polonês e minha mãe conseguiu um traje típico para ela. Como eu era uma das únicas crianças vestida com roupa típica, a organização do evento acabou convidando minha mãe e eu para entregarmos uma corbelha de flores para o papa”, contou à Tribuna em 2005 , ano do falecimento do papa, a professora Caroline Drozdz, hoje com 41 anos, a garotinha carregada por João Paulo II. “Ele esteve sempre muito presente na minha vida. É quase uma figura paterna”, relatou a professora na mesma época, um ano antes da morte do papa.
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