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Variante delta do coronavírus já é quase metade dos casos da doença no Paraná, revela UFPR

Estudo da UFPR aponta que variante delta é quase metade dos casos registrados no Paraná.
Estudo da UFPR aponta que variante delta é quase metade dos casos registrados no Paraná. Foto: Arquivo/ Lineu Filho.

A variante delta do coronavírus (covid-19) pode responder, atualmente, por cerca de 45% dos casos da doença no Paraná. Os dados são de um estudo de genotipagem realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). A confirmação de que a variante entrou em circulação no estado ocorreu em 18 abril, após uma grávida, que veio do Japão para Apucarana, no norte do Paraná, ser considerada a primeira paciente a morrer com diagnóstico da variante delta

De acordo com os estudos da UFPR, em maio a variante delta representava 10% das ocorrências positivas avaliadas. Durante os meses seguintes, até julho, os dados ainda revelavam que a variante gama (P.1) era a mais comum no Paraná. Porém, o resultado parcial de agosto aponta um aumento significativo desse percentual. Das 11 amostras positivas examinadas pelos pesquisadores, cinco pertencem à variante delta, evidenciando o alto potencial de transmissão dessa cepa. Lembrando que Curitiba renovou a bandeira amarela, mas segue em sinal de alerta por conta do aumento dos casos na cidade.

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A investigação foi feita em amostras positivas para o vírus da covid-19 obtidas, no decorrer da pandemia, pelo Setor de Ciências Biológicas da UFPR em projeto que visa identificar pessoas contaminadas. O primeiro caso da variante delta registrado pelos pesquisadores é de 13 de maio de 2021 e, a partir dessa data, 10% dos resultados positivos nos meses de maio, junho e julho foram identificados como sendo da nova variante. Até o momento, em agosto, já foram detectados 45% de casos com variações genéticas características da delta.

Esses dados sugerem que há transmissão comunitária dessa cepa, no Paraná, desde maio. “Não conseguimos ainda dizer de onde exatamente vieram esses casos, porém, pelo número de positivos em um mesmo local de trabalho e dentro de uma mesma família, há evidências de transmissão comunitária desde que registramos o primeiro caso”, afirma a professora Jaqueline de Oliveira, do Departamento de Genética e uma das responsáveis pela genotipagem.

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Delta é mais transmissível

Emanuel Maltempi de Souza, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e presidente da Comissão de Acompanhamento e Controle de Propagação do Novo Coronavírus na UFPR, alerta que a variante delta pode, a exemplo do que aconteceu em outros países e regiões brasileiras, se espalhar bastante e tomar o lugar da gama, tornando-se predominante.

“A grande preocupação com a delta, desde que ela surgiu, é a alta transmissibilidade. De lá para cá, ficou claro que as pessoas vacinadas transmitem essa variante da mesma forma que as pessoas não vacinadas. A vacina protege contra os efeitos da delta, mas não impede a transmissão. Os vacinados funcionam como uma espécie de condutor de uma pessoa infectada até outra pessoa não vacinada”, ressalta.

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A situação já foi constatada em países em que a delta tomou conta, como o Reino Unido que, apesar de ser uma das nações com mais vacinados do mundo, já vê essa cepa ser responsável por 90% dos novos casos. “A média da região era de dois mil casos por dia e ela saltou para 50 mil em um espaço de mais ou menos dois meses. Como justificar essa velocidade tão alta de transmissão sem que as pessoas vacinadas estivessem participando do processo?”, comenta Souza.

Alta da taxa de reprodução do coronavírus em Curitiba preocupa.
Alta da taxa de reprodução do coronavírus em Curitiba preocupa. Foto: Arquivo/Lineu Filho.

Mais transmissível e mais letal?

Para os pesquisadores, o maior problema da alta transmissibilidade está relacionado à sobrecarga do sistema de saúde, pois mais pessoas ficam doentes ao mesmo tempo e os hospitais não conseguem atender todos os pacientes, ocasionando aumento na taxa de mortalidade.

Outro fator que deve ser levado em conta é a possibilidade de um quadro leve de Covid-19 em pessoas já vacinadas agravar comorbidades pré-existentes. “Há a probabilidade de que outra doença seja acentuada devido à inflamação causada pelo coronavírus e isso também pode levar mais gente aos hospitais”, esclarece o bioquímico que também destaca a mudança do grupo de risco nesse caso. Já que atualmente os mais jovens fazem parte da população que ainda não foi vacinada, é nessa faixa etária que os casos devem aumentar.

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“Nas últimas semanas, os Estados Unidos reportaram que o número de crianças hospitalizadas voltou a subir. Isso porque a quantidade de pessoas infectadas é altamente predominante entre aqueles que não foram imunizados”, destaca.

O pesquisador chama atenção para a possibilidade de que novas variantes ainda mais letais a essa faixa etária apareçam caso a transmissão não seja controlada. “Já vimos o coronavírus mudar de formas diferentes. Temos as variantes alfa e gama que são mais transmissíveis, a beta que escapa mais da proteção das vacinas, a delta que tem essa altíssima transmissibilidade e pode ser que venha a aparecer uma variante capaz de provocar doenças mais sérias em crianças. Deixar o vírus circular é dar oportunidade para que isso aconteça”.

Apesar de as variantes serem novas, os cuidados para evitar a contaminação permanecem os mesmos: uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social, além da necessidade urgente de acelerar a vacinação.

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Genotipagem

A genotipagem é um processo que determina diferenças na composição genética de um organismo. Na UFPR, ela está sendo realizada como alternativa ao sequenciamento genômico global, que é um método muito mais caro e elaborado e, apesar de haver possibilidade de ser feito na instituição, não há recursos financeiros suficientes.

“As mutações são espécies de assinaturas genéticas das variantes e podem ser pesquisadas por esse processo de genotipagem, que é semelhante ao do teste de RT-PCR. Quando as variantes são identificadas, é possível produzir reagentes específicos para cada uma delas. A vantagem é que podemos testar todas as amostras positivas, mesmo as mais antigas. Como ponto negativo, podemos deixar passar despercebida uma nova variante. Por isso o sequenciamento deve continuar e ser ampliado”, explica Souza. Um dos reativos foi doado à universidade pela empresa curitibana Hilab.

Importância do monitoramento das variantes

A melhor tática para prevenir que novas variantes se alastrem por uma região, segundo a UFPR, é o monitoramento constante por meio de genotipagem e do sequenciamento genômico que, segundo os especialistas, deveria ser feito quase que em tempo real. “Uma vez que a variante tem transmissão comunitária, não é possível impedir que se alastre. É necessário barrar essas mutações enquanto ainda não há transmissão comunitária”, informa o professor.

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Normalmente as novas cepas entram no país por cidades grandes ou regiões de transporte e fronteira, locais por onde o monitoramento deve começar. Para Souza, as autoridades de saúde já precisar ficar atentas às demais variantes que podem ameaçar o país, como é o caso da Lambda (C.37), proveniente do Peru.

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