O governo federal anunciou na quarta-feira (5) como será a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 em 2022: começa ainda em janeiro, não haverá necessidade de receita médica e o intervalo recomendado para a segunda dose será de dois meses. Com isso, o plano de imunização para todas as faixas etárias deste ano está definido.

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Mas ainda existe a possibilidade de vir a ser modificado com a inclusão de menores de 5 anos caso a Anvisa venha aprovar alguma vacina para esse grupo. Atualmente, não há imunizantes autorizados para quem tem 4 anos ou menos, mas o Instituto Butantan pretende liberar seu imunizante para crianças de 3 anos ou mais.

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Com exceção do grupo de crianças entre 5 e 11 anos, a lógica da vacinação em 2022 deixará de seguir o critério de grupos prioritários para considerar a imunização por faixa etária decrescente. Ou seja, a vacinação começa com os mais velhos e segue para os mais jovens. A imunização do novo grupo de crianças ainda vai seguir a lógica de 2021: terão preferência aquelas com comorbidade ou deficiência permanente, indígenas e quilombolas. Também terão preferência crianças que vivem com pessoas do considerado grupo de risco.

Além das crianças, o calendário de vacinação em 2022 vai manter a aplicação da dose de reforço (terceira dose) para toda a população adulta entre 18 e 59 anos, em ordem descrescente. O público adulto tomará pelo menos a terceira dose ao longo de 2022. A aplicação, que já começou em 2021, será quatro meses após a segunda dose.

Já a população com 60 anos ou mais e os imunossuprimidos deverão tomar uma quarta e até uma quinta dose com um intervalo de seis meses cada. O Ministério da Saúde ainda não informou como será o calendário de vacinação detalhado para o público idoso. Mas como grande parte dos idosos já tomou a terceira dose, é possível a cada pessoa estimar quando será a quarta contando seis meses após isso. Mas possivelmente alguns idosos já poderão começar a se vacinar no fim de janeiro ou começo de fevereiro.

Além disso, em todo o país também está disponível a vacina de primeira e segunda doses para quem não as tomou no ano passado.

Pessoas que foram vacinadas com a Janssen, imunizante que inicialmente era de dose única, também estão recebendo desde o fim de 2021 uma segunda dose.

Vacinação contra a Covid será com Pfizer e Astrazeneca

Todos os públicos que serão vacinados em 2022 receberão doses dos imunizantes da Pfizer e da Astrazeneca. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz a Astrazeneca no Brasil, deve entregar ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) 120 milhões de imunizantes no primeiro semestre de 2022. E o governo fechou contrato com a Pfizer em novembro para a entrega das 100 milhões de doses.

Além disso, outras 134 milhões de doses que serão remanejadas do saldo de imunizantes contratados em 2021. Ou seja, o Brasil tem garantidas 354 milhões de doses para 2022 – isso inclui as doses para as crianças entre 5 e 11 anos, que tem uma formulação diferente das demais. O investimento total para adquirir essas doses será de R$ 11 bilhões.

Em 2021, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, foram adquiridas 564,73 milhões de doses. Os últimos dados também mostram que 381,21 milhões de doses foram distribuídas aos estados e municípios, das quais 299,04 milhões foram aplicadas.

Os imunizantes remanescentes dos demais laboratórios em 2021 também poderão ser administrados em 2022, mas não há previsão de compra de outras doses. O governo atribui a escolha pelos imunizantes da Pfizer e Astrazeneca ao fato de que ambos têm registro definitivo na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), enquanto as vacinas dos demais laboratórios dispõem apenas do registro emergencial.

Outro ponto considerado pelo Ministério da Saúde para respaldar o avanço com a vacinação de apenas dois laboratórios é baseado a um relatório divulgado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Sistema Único de Saúde (SUS) que indicou que a aquisição da Astrazeneca e da Pfizer geraria, em cinco anos, uma economia aos cofres públicos em torno de R$ 150 bilhões.

Como fica a situação da Coronavac e Janssen em 2022

Desde setembro, o ministro Marcelo Queiroga vem afirmando que, sem o registro definitivo da Anvisa, o governo não recomendaria uma vacina nem sequer para a terceira dose. Isso se aplica, por exemplo, à Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.

O instituto teve negado um pedido de registro definitivo após apresentar estudos de imunogenicidade que não tiveram sua metodologia aceita pela Anvisa. Um novo pedido de registro definitivo da Coronavac à agência reguladora deve ser feito ainda neste mês de janeiro, após a conclusão de estudos de imunogenicidade que foram contratados em laboratório internacional.

Em dezembro, o diretor-geral do instituto, Dimas Covas, reclamou do que classificou de “trâmite burocrático” em relação aos estudos de imunogenicidade.

O Butantan vem tentando também, junto da Anvisa, obter autorização para a vacinação de crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos com a Coronavac.

Já a vacina da Janssen, que concluiu no último dia 30 o fornecimento das 38 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde ainda em 2021, encaminhou à Anvisa pedido formal para obter o registro definitivo de sua vacina para a imunização de crianças ou como dose de reforço. Em novembro, a Janssen já havia submetido um pedido para ampliação da autorização de uso emergencial de seu imunizante como dose de reforço.