A 1.ª Vara Criminal de Colombo aceitou ontem o pedido de liberdade provisória feito pelo Ministério Público para os quatro detidos, suspeito de matar Tayná. Eles deixaram a Casa de Custódia de Curitiba no começo da noite de ontem e foram levados à sede do Gaego (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O pedido foi feito, após o MP constatar que não havia provas suficientes para abertura de processo criminal contra o quarteto.

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Sérgio Amorim da Silva Filho, 22, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, e os irmãos Adriano Batista, 23, e Ezequiel Batista, 22, ficaram presos por 19 dias. Os quatro relataram momentos de terror nas mãos dos policiais entre 27 de junho, quando foram presos, e 4 de julho, quando chegaram à Casa de Custódia.

O Gaeco e a Corregedoria da Polícia Civil orientaram as vítimas de tortura aceitem o programa de proteção à testemunha que o Estado oferece. Ainda hoje, os quatro devem dar reposta ao Gaeco, que está com a custódia deles.

Relatos

Em depoimento a integrantes da Comissão de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Paraná, e ao Gaeco, os detidos contaram em detalhes a tortura e os maus-tratos. O período de sofrimento começou no momento em que chegaram à delegacia do Alto Maracanã, por volta do meio-dia de 27 de junho, um dia após a família de Tayná fazer o registro do desaparecimento da adolescente.

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“Nem descemos (da viatura), colocaram algemas e começaram a bater”, lembra Sérgio, que disse não entender nem porque foi detido pelos policiais ainda no parque em que trabalhava, no bairro São Dimas, em Colombo.

Segundo as vítimas, foram dias de torturas entre as delegacias do Alto Maracanã, Araucária, Campo Largo, Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e no Centro de Triagem de Piraquara (CT2). As técnicas usadas eram variadas entre cada unidade.

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Choques

O quarteto recebeu choques, dois deles foram tiveram cabos de vassoura e galho de árvore introduzidos no ânus, foram submetidos a pau de arara, um teve a cabeça enfiada em um formigueiro, além de surras constantes e ameaças de mortes sob a mira de espingarda calibre 12 e pistolas a todo instante. “Colocaram dois sacos de lixo na minha cabeça, com a mão na minha boca e eu não conseguia respirar. Desmaiei e me acordaram jogando água, depois deram choques”, conta Sérgio, chorando a cada recordação dos momentos de terror, em uma das muitas histórias de sofrimento que enfrentaram.