Confusão

Suposta ameaça de massacre esvazia escola de Curitiba

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Uma suposta ameaça pelas redes sociais, no Colégio Estadual Gelvira Corrêa Pacheco, no Barreirinha, em Curitiba, fez com que os pais não mandassem os filhos para a escola por dois dias. A postagem foi feita por um aluno de 16 anos, na terça-feira (26), e prometia uma “revanche” contra os alunos do colégio, depois de uma briga que teria ocorridos no banheiro. O adolescente aparece portando uma arma de fogo na foto do perfil nas redes, o que causou pânico em muitos pais. A família do adolescente nega a ameaça, afirma que o caso foi mal conduzido pela direção da escola e que eles não foram ouvidos.

Na quarta-feira (27) pela manhã, as salas de aula estavam praticamente vazias, mesmo com o período de provas de final de bimestre. O autor da ameaça estuda no período da manhã. A tia de um aluno contou que, na sala onde o sobrinho estuda, apenas 9 dos 35 alunos foram para aula na quarta. Já nesta quinta-feira (28), após a direção do colégio acionar a Secretaria Estadual de Educação (Seed), a Polícia Militar (PM) foi enviada para reforçar o patrulhamento.

Nem assim todos os alunos voltaram para as aulas. A PM deve permanecer em alerta até sexta-feira (29), já que as atividades na escola seguem ‘normais’. A equipe diretiva e pedagógica do Gelvira Corrêa diz que outras providências sobre o assunto estão sendo tomadas.

Cléo Marcondes, 45 anos, é tia de um aluno da escola. Ela conta que o estudante ficou apavorado ao saber da ameaça. “Eu e minha irmã não sabíamos de nada. Eu moro perto da escola, trouxe meu sobrinho para a aula na quarta. Estava chovendo bastante. Foi quando ele soube que quase ninguém tinha vindo para escola. Eu liguei no colégio e confirmaram a ameaça. Disseram que eu poderia levar ele embora, mesmo com uma prova marcada”, contou a tia. Ela garante, no entanto, que os alunos que perderam os exames poderão repor, sem qualquer prejuízo.

A família diz ter ficado assustada com a informação, já que casos dessa natureza estão se tornando mais comuns. “A gente fica sabendo desses casos em outros colégios. Ficamos tremendo. Meu sobrinho diz que o aluno costuma ser agressivo, fica andando pelos corredores e não frequenta muito as aulas. Fica encarado os outros. Preferimos não arriscar”, disse a Cléo Marcondes.

Procurada, a família do jovem que postou a ameaça preferiu não gravar entrevista. Um familiar, que pediu para não ser identificado, se limitou a dizer que a família deve tomar providências sobre o caso, já que o colégio teria agido de forma irresponsável ao emitir nota sobre o assunto, alardeando outros pais sem um motivo concreto.

Na nota assinada pela equipe diretiva e pedagógica do Colégio Estadual Gelvira Corrêa Pacheco e direcionada aos pais, mães e/ou responsáveis pelos alunos, o colégio informa que uma das providências tomadas sobre o caso foi acionar o policiamento móvel da PM para atuar nos turnos da manhã e tarde, até a sexta-feira. A direção não informa se procurou a família do aluno autor das ameaças, nem confirma se houve uma briga entre alunos nos sanitários. Também não há um direcionamento sobre como a postagem chegou ao conhecimento da direção do colégio. Nenhum dos responsáveis pela escola concedeu entrevista.

O que diz a Seed

A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte confirmou que a direção do colégio acionou o Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), que acompanha o caso. Um boletim de ocorrência foi registrado.

Na nota enviada à reportagem, a Seed diz que, na manhã de quinta-feira, representantes da equipe diretiva da escola e do Núcleo Regional de Educação de Curitiba estiveram reunidos com a família do estudante autor da ameaça, para prestar atendimentos e definir encaminhamentos.

Ainda de acordo com a Seed, há um protocolo a ser seguido em caso de qualquer suspeita ou diante de situação que represente insegurança a uma escola. As normas estão estabelecidas no Manual de Orientações Práticas de Segurança para as Instituições de Ensino, produzido em parceria com o BPEC, no qual constam os procedimentos e protocolos de atendimento de situações envolvendo indisciplina e atos infracionais. O manual está disponível neste link.

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