No Guabirotuba

Sucesso entre vizinhos, venda de água de poço artesiano pode ser proibida

Um vídeo que mostra duas torneiras com a venda de água no bairro Guabirotuba, em Curitiba, ganhou grande repercussão nas redes sociais nos últimos dias. Por um preço mais em conta do que o praticado no mercado, em que o galão pode ser encontrado a partir de R$ 6, a população só precisa trazer o seu próprio galão e colocar uma moeda, de R$ 0,50 ou R$ 1, que a água sai na quantidade escolhida, cinco ou dez litros. No entanto, a comercialização ainda pode ser proibida pelos órgãos competentes.

A pessoa que recebeu a reportagem informou que o proprietário, que não estava no local, não quer dar entrevistas para não aumentar ainda mais a popularidade do negócio, que passou a ser mais conhecido depois que o vídeo foi postado nas redes sociais.

Apesar de o dono do imóvel não querer conversar com a reportagem, não foi preciso esperar muito para que alguém viesse buscar água. Trazendo um galão de dez litros, Anderson Coutinho, morador do bairro, disse que faz um bom tempo que compra a água dali. “Faz mais de três meses, pelo menos. Mudamos o hábito, pois a água é muito boa, sinto até um gosto semelhante a da mineral, por isso passamos a usar daqui”, contou.

Segundo o morador, que trabalha como consultor de empresas, muita gente do bairro usa. “Conheço várias pessoas que preferem comprar daqui, até mesmo pela pureza da água e por ser mais perto de casa. Foi por isso que optamos também”.

Venda arriscada

Na parede, o dono da casa informa que o valor cobrado é usado somente para cobrir os custos do poço artesiano. Embora a água tenha recebido até um laudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a venda pode estar arriscada. Procurada, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informou que não é permitida a venda.

À Tribuna do Paraná, a Sanepar informou que uma equipe esteve lá, verificou as condições da venda da água e comunicou a Vigilância Sanitária. De acordo com o órgão da prefeitura de Curitiba, uma equipe também foi ao local e a situação ainda vai ser avaliada. A Vigilância, responsável por fiscalizar a parte burocrática e de saúde da água ali oferecida, informou que existe a possibilidade de que a água seja vendida, mas isso deve seguir todos os trâmites exigidos. Apesar disso, há a possibilidade de que a torneira seja lacrada.