O esconderijo quase perfeito de uma quadrilha que roubava veículos foi descoberto por policiais da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). Eles mantinham os carros na garagem da cobertura de um prédio no Batel e trocavam as placas para não serem pegos. Seis suspeitos de integrar o grupo foram detidos.

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A quadrilha estava sendo investigada pela DFRV há cerca de dois meses. A movimentação estranha de veículos já tinha sido percebida até mesmo pelo síndico do prédio, que fica na Rua Dom Pedro II, em frente ao restaurante Babilônia. Ele chegou a usar um aplicativo de celular para verificar as placas dos carros, mas, como elas eram trocadas por placas de veículos em situação legal, o esquema não foi descoberto.

Na madrugada de quinta-feira da semana passada, os policiais flagraram a entrada de uma Amarok, que tinha acabado de ser levada em assalto. Outros dois carros roubados – um Fluence e uma Kombi, onde estavam quatro suspeitos – foram recuperados. Segundo o delegado Cassiano Aufiero, as duas vagas da cobertura e uma terceira era alugada para guardar os veículos. “É uma modalidade diferente, que despertava menos suspeita. Geralmente são usados estacionamentos de supermercados para deixar veículos roubados”, comentou o delegado.

Na Kombi e na residência foram encontradas quatro chaves de carros. Também foram apreendidos no apartamento documentação falsa, munição calibre 380 e pequena quantidade de cocaína. A polícia estima que a quadrilha roubava entre 15 a 20 veículos por mês. A destinação dos carros roubados ainda está sendo investigada. “Acreditamos que eles eram clonados para serem utilizados ou eram vendidos como piseiras”, disse Cassiano.

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Foram detidos A.B., 20 anos, Bruno Luiz Cordeiro, 26, Guilherme Rodrigo Pingerno Bello, 22, Jean Chemin Onyszkiewicz, 21, Bruno da Costa, 18, e Gelvane Roberto de Souza, 23. Um sétimo suspeito de integrar a quadrilha foi identificado e o mandado de prisão dele deve ser solicitado nos próximos dias.

Outro lado

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Bruno Luiz e A. alegaram que estavam manobrando a Amarok a pedido de um amigo, que seria o proprietário do apartamento e teria ido buscar a namorada no aeroporto. Eles disseram que não conheciam os outros presos e que não desconfiam do amigo. “Ele falava que era engenheiro e a gente achava que ele era bem de vida por causa disso. Como íamos imaginar que ele roubava?”, indagou Bruno.

Já Guilherme afirmou que tinha comprado a Kombi, em um posto de combustíveis na Avenida Brasília, no mesmo dia. Ele disse que pagou R$ 2mil e pagaria outros R$ 2mil, porque o vendedor disse que o veículo tinha problemas no financiamento. “Não desconfiei de nada”, comentou. O rapaz contou que trabalha como latoeiro e teria ido dar uma volta com os amigos no Batel, quando foram capturados.

Os suspeitos devem responder por roubo qualificado, porte ilegal de munição e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.