A cena é comum nas canaletas do transporte público em Curitiba: diversos ciclistas se arriscam diariamente e dividem a via com os pesados ônibus biarticulados, correndo o risco de sofrer um grave acidente. A situação também ocorre na Via Calma da Avenida Sete de Setembro, um projeto da Prefeitura de Curitiba iniciado em 2014 para permitir o compartilhamento de uma mesma rota por carros, bicicletas e pedestres.

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Para evitar que acidentes aconteçam na Via Calma, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) tem realizado abordagens diárias a ciclistas pedindo para que utilizem a ciclofaixa ao invés da canaleta.

A Prefeitura também colocou faixas suspensas em alguns pontos da Avenida Sete de Setembro, convidando os ciclistas a deixar as canaletas para utilizar a Via Calma, com as frases: “Lugar de bicicleta é na Via Calma. Deixe a canaleta para o ônibus.”, “Ciclista, não se arrisque na canaleta, pedale na Via Calma.”, e “Ciclista, seja esperto, use a Via Calma.”.

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Se o ciclista tiver um acidente com um ônibus grande, as chances de sobrevivência são mínimas.

“Se o ciclista tiver um acidente com um ônibus grande, as chances de sobrevivência são mínimas – se viver, certamente será com sequelas graves. Em um acidente com um automóvel na Via Calma, onde a velocidade máxima permitida é de 30 km/h, os danos serão muito menores pela baixa velocidade”, diz o coordenador de mobilidade Urbana da Setran, Danilo Herek.

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Nos períodos da manhã e da tarde, dois agentes de trânsito fazem a abordagem dos ciclistas na canaleta, sugerindo que passem para a ciclofaixa da Via Calma e distribuindo materiais que explicam a Via Calma e o compartilhamento do espaço urbano, além de uma cartilha com os direitos e deveres do ciclista. “As abordagens são feitas para mostrar aos ciclistas que eles não têm apenas direitos na via, mas que têm deveres a cumprir para garantir a sua e a segurança de todos no trânsito. Para a construção da cultura da bicicleta, é importante que o ciclista faça a sua parte. Assim, ele poderá cobrar mais respeito dos outros usuários também”, afirma Herek.

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O mecânico Acelino Bueno foi abordado pelos agentes e saiu com sua bicicleta da canaleta e passou para a Via Calma.

O mecânico Acelino Bueno foi abordado pelos agentes e saiu com sua bicicleta da canaleta e passou para a Via Calma. “Alguns motoristas já me alertaram e disseram para usar a Via Calma. A orientação dos agentes é muito válida, pois um acidente com um ônibus pode ser fatal para a gente”, confirma.

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“Procuro sempre usar a ciclofaixa da Via Calma. Mas vejo muita gente usando a canaleta. É uma questão de segurança não ficar junto com os ônibus”, diz o estagiário de informática Marcelo Brasil, que também aprovou a presença e a orientação dos agentes de trânsito.

“A Via Calma é um novo dispositivo na cidade e tem dado bons resultados, muitos ciclistas estão saindo da canaleta para utilizá-la, garantindo uma maior segurança no trânsito. Infelizmente, ainda há gente que insiste em usar a canaleta, por isso vamos continuar insistindo com as abordagens”, destaca o coordenador de mobilidade urbana da Setran.