Caso Tayná

Sesp quer sindicância sobre vazamento de laudo

A revelação de que o sêmen encontrado na menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, não pertence a nenhum dos quatro jovens suspeitos presos causou desconforto na Secretaria de Segurança Pública. A Sesp pediu a abertura de uma sindicância no Instituto de Criminalística para apurar o vazamento do laudo preliminar. Na manhã de terça-feira (9), o secretário da Segurança, Cid Vasques, convocou reunião de emergência para tratar do caso.

Ele confirma o laudo preliminar, mas é contestado pelo médico-legista Alexandre Antônio Gebran. “Nenhum laudo ficou pronto ainda, não cheguei a nenhuma conclusão. Não dá para afirmar que o sêmen é ou não deles”, afirma o médico. O governador Beto Richa determinou que o caso fique sob responsabilidade da Sesp. Até que a secretaria reporte detalhes do caso, o governador decidiu que não vai se pronunciar.

Delegado-geral admite novas investigações

O delegado-geral da Policia Civil, Marcus Vinícius Michelotto, afirmou que o laudo apenas aponta para a necessidade de novas diligências e que não desqualifica o trabalho da polícia. Por conta da possibilidade de novas investigações, o delegado Silvan Pereira, que cuidou da fase inicial do caso, teve suas férias suspensas.

“Este laudo não diz que não foram eles, ou que a polícia errou, mas que outra pessoa teve relação com ela. Isso não quer dizer que a pessoa tenha cometido homicídio também”, acrescenta Michelotto.

Investigação com segredo de justiça

O Ministério Público recebeu apenas no fim da tarde de segunda-feira o inquérito do caso Tayná. O promotor Ricardo Casseb ainda está na fase de leitura do inquérito e aguarda os laudos do Instituto de Criminalística. O promotor fez os requerimentos dos exames na segunda-feira e antes disso não deve falar sobre o inquérito.

De acordo com a assessoria de imprensa do MP, o caso corre em segredo de Justiça desde que foi instaurado pela Polícia Civil e agora será apenas mantido o sigilo.

Estupro

A perita Jussara Joeckel foi uma das primeiras a evitar falar sobre o caso. A última declaração foi feita antes da reunião realizada na manhã de terça-feira, no Instituto de Criminalística, quando ela voltou a afirmar que Tayná não foi estuprada. Após a reunião, Jussara informou que o MP havia pedido a ela sigilo total sobre as investigações.