A Associação dos Empregados da Mineropar lançou nesta semana o Movimento Pró-Fortalecimento Institucional do Serviço Geológico do Paraná para que a empresa não seja extinta pelo governo do Estado. Com posição firme em defesa das empresas públicas, o Senge está ao lado dos geólogos, engenheiros e demais trabalhadores contra a tentativa de extinção da Mineropar.

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“A extinção de uma empresa com a expertise e importância da Mineropar para a população é um retrocesso sem tamanho, que só vem reafirmar o compromisso do governo em dilapidar o patrimônio público paranaense”, critica o presidente do Senge, engenheiro agrônomo Carlos Roberto Bittencourt.

A Mineropar, órgão público que completará 40 anos de existência em 2017, tem em seus quadros profissionais de excelência e no histórico trabalhos de grande relevância para o desenvolvimento do Paraná e em defesa da população paranaense.

A empresa tem 50 servidores com formação superior em engenharia, geologia, administração, direito, economia, entre os quais seis com mestrado, três com doutorado e um com pós-doutorado, além do suporte de técnicos de nível médio que estão com os empregos em risco a partir dos encaminhamentos do projeto de enxugamento da máquina estatal proposto pelo secretário de Estado da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa.

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Além de histórica, a importância do trabalho da Mineropar para o Paraná teve grande destaque em fevereiro de 2011, quando parte do litoral do Estado foi devastada por uma das maiores enchentes ocorridas nos últimos anos. Na ocasião, a empresa teve papel preponderante na preservação de vidas ao identificar áreas de risco de deslizamento e recomendar à Defesa Civil que fosse feita a evacuação integral daquelas localidades.

No ano seguinte, em 8 outubro de 2012, o governador Beto Richa reconheceu a importância do trabalho de integrantes da Mineropar no auxílio à população do Litoral ao agraciar funcionários da empresa com a medalha Coronel Dario Natan Bezerra, do Mérito da Defesa Civil.

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Além de identificar áreas de potenciais riscos geológicos (deslizamentos), não apenas no Litoral, mas também nas barrancas do Rio Iguaçu, trabalho feito atualmente na região Oeste paranaense, a Mineropar faz o monitoramento das áreas de recarga do Aquífero Guarani e também análises da quantidade de flúor no aquífero da Serra Geral que abastece 50% do Estado.

Outra atividade de grande importância para o Paraná, que tem a agricultura como motriz do desenvolvimento, é a pesquisa em Agrogeologia ou rochagem, que consiste na localização de jazidas de rocha com capacidade de substituir fertilizantes químicos. A empresa também mantém o Centro de Informações Geológicas em que orienta estudantes do ensino básico com a participação de cerca de de 3 mil alunos por ano de instituições públicas e privadas de ensino.

“Não há o que vender na Mineropar. Na empresa o conhecimento é o maior valor agregado. A possibilidade de extinção nos traz sentimentos de desolação e de impotência”, afirma o geólogo Otávio Augusto Boni Licht, integrante da Gerência de Geologia Básica e Temática (GEBT) e chefe do projeto de mapeamento geológico das Vulcânicas da Serra Geral.