Turismo com restrição

Risco de desmoronamento faz governo do estado restringir acesso à Graciosa

Estrada da Graciosa, no litoral do Paraná, tem proibição de circulação de veículos por causa da pandemia. Foto: Arquivo.

O risco de desmoronamento e o grande número de acidentes nos rios, por causa das trombas d’água, foram um dos principais motivos do Governo do Estado ter decidido pela restrição de circulação de veículos na Estrada da Graciosa (PR-410), estrada turística que liga a região metropolitana ao litoral do Paraná.

A restrição está prevista em uma resolução conjunta das Secretarias de Estado da Segurança Pública e da Saúde, publicada na segunda-feira (28) no Diário Oficial do Estado e que é válida entre os dias 29 de dezembro de 2020 e 3 de janeiro de 2021. Neste período, haverá limitação na passagem de carros no horário das 9h às 16h, no trecho entre os quilômetros zero (Portal da Graciosa) e 19,5 (Trevo São João da Graciosa).

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Durante a tarde desta quarta-feira (30), comerciantes da região realizaram um protesto para que a restrição na circulação de veículos seja cancelada. Eles reclamam que este período do ano é o mais movimentado e há risco de prejuízo nos negócios. Muitos fizeram estoques de perecíveis e temes não ter pra quem vender.

Risco de desmoronamento

De acordo com a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, responsável pelo assessoramento técnico que embasou a resolução, a região tem um histórico de desastres nesta época do ano, que coincide com o aumento substancial do movimento na Estrada da Graciosa, superior à capacidade da via, junto a um período de chuvas mais intensas.

“Todo ano temos problemas e desastres na região neste período. É uma época que chove muito, e a formação geológica e as condições da via a tornam muito vulnerável para deslizamentos graves, com histórico inclusive de óbitos. É um risco para os veículos”, explica o coordenador estadual da Defesa Civil, tenente-coronel Fernando Schunig. “Como o momento é de intenso tráfego pela região, foi necessário adotar uma medida protetiva, visando à salvaguarda das vidas dos paranaenses e dos turistas que transitam pelo local”, afirma.

As cabeças d’água são outro problema grave, ressalta o tenente-coronel. Somente na terça-feira (29), o Corpo de Bombeiros resgatou cinco pessoas que tomavam banho de rio e foram surpreendidas pelo fenômeno. “A previsão é de chuvas intensas na região nos próximos dias, o que amplia a probabilidade de uma elevação do nível de risco tanto nos rios, quanto na estrada”, salienta.