Na terça-feira (30), as redes sociais de moradores da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) bombaram com vídeos mostrando um “rio cor-de-rosa”. As imagens que deixaram a vizinhança perplexa eram de um canal extravasor que desemboca no Rio Barigui, e que passa pelas ruas José Laurindo de Souza e Cyro Correia Pereira, nas proximidades do Colégio Marli Queiroz de Azevedo.

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Ao mesmo tempo, choveram reclamações sobre um possível descaso com o descarte de produtos químicos nas empresas instaladas ao longo da Rua Cyro Correio Pereira. O canal extravasor passa por debaixo delas e os relatos dos moradores chegaram até a Câmara Municipal de Curitiba, que solicitou à prefeitura uma investigação da situação. Na quarta-feira (31), a água já não estava tão rosa, mas ainda era possível notar os resquícios da coloração diferente.

Para quem não conhece a região, a água do extravasor vem canalizada por debaixo do complexo de indústrias, na Cyro Correia, depois começa a descer a céu aberto em frente ao Colégio Marli Queiroz, para então margear a José Laurindo até desembocar no Barigui. A área é quase divisa com a cidade de Araucária.

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O aposentado Mauri Maia, 58 anos, mora em frente ao canal, na José Laurindo de Souza. Ele conta que até os peixes do canal sumiram. “Foi uma surpresa ruim. A gente sabe que, de vez em quando, a água muda por causa dos descartes das indústrias. Aparece uma poluição. Mas ficar colorida desse jeito preocupa. A vizinhança costuma sentar para pescar na beira do extravasor, brincar com as crianças, mas já há dois dias não vejo peixe aí”, reclamou.

Ainda segundo Maia, no dia que a água ficou colorida muita gente saiu das casas para ver o “rio rosa”. “Impressionou. Eu mesmo cheguei a dar uma volta pela região das empresas, para ver se descobria de onde vinha o descarte cor-de-rosa. Mas, numa altura, tudo é canalizado. Aí, fica difícil. A gente pode desconfiar de quem seja, mas é complicado apontar sem ter certeza. Mas isso não é esgoto, posso garantir”, argumentou o aposentado.

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Na quinta, já não havia mais relatos de que a água estaria cor-de-rosa no canal extravasor. Enquanto ainda não há explicação para o “rio rosa”, os moradores vão tentando retomar a rotina. “Esperamos que a situação não se repita. Queremos continuar vendo os peixes por aqui. Tem uma criança de dois anos, de um vizinho, que aprendeu a falar a palavra peixe pescando aqui. Não queremos que isso acabe”, finaliza Mauri Maia.

Autoridades

A reclamação dos moradores chegou até o vereador Toninho da Farmácia (PDT). Ele encaminhou um pedido de averiguação à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) e, também, para a Sanepar. “Fiz os dois encaminhamentos, mas ali não é o caso de atendimento da Sanepar. A situação precisa ser apurada pelo Meio Ambiente, para que se encontre a empresa responsável pela coloração do canal. O pedido é para que a prefeitura fiscalize o local e tome providências em relação a isso. Os moradores não podem ficar à mercê de uma ação industrial inadequada como essa. É preciso verificar, também, se está ocorrendo crime ambiental”, disse o vereador.

Procurada, nesta quinta-feira (1), a SMMA explicou que acompanha o local e faz verificações constantes. Por meio de nota, a pasta disse que pretende atender ao pedido do vereador e “uma nova ação de fiscalização deve ser realizada para verificar lançamento irregular de efluentes”.

Sobre a presença de peixes no local, a SMMA explicou que a população deve ficar atenta à qualidade da água e pode auxiliar o município informando sobre irregularidades encontradas ou lançamento de poluentes por meio da Central 156.

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