O desafio é grande. Mas a determinação do analista de sistemas, José Eduardo Fernandes é maior. À frente da ONG Anjo Felipe – que leva o nome do filho portador de paralisia cerebral – e também do projeto Rifas do Bem, José vem, há anos, vencendo os obstáculos para viabilizar os tratamentos médicos necessários à manutenção da saúde de Felipe. Para isso, o analista descobriu na venda de rifas e no sorteio de carros antigos, um meio de arrecadar fundos para a compra de insumos necessários à garantia da mínima qualidade de vida ao filho. A bola da vez é uma belissima Ford Rural ano 1970.

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Em tempos áureos, o projeto ia de vento em popa. Desde o lançamento, somente o Rifas do Bem já sorteou mais 21 veículos antigos. Os bons resultados possibilitaram então a criação da ONG Anjo Felipe, que estendeu os braços do projeto inicial a outras famílias com portadores de necessidades especiais. Ao todo, são 35 jovens e crianças que, mensalmente, contam com a ajuda da organização para.

Alguns meses atrás, no entanto, a Tribuna conversou com José Eduardo que, preocupado, relatou os desafios que a ONG vem enfrentando desde a pandemia – quando o número de compradores das rifas das quais depende a organização – caiu bastante. Esta semana, voltamos a conversar com o analista para saber a quantas anda e, pelo jeito, a situação não está muito diferente.

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Dependendo da venda das rifas de veículos antigos, adquiridos exclusivamente para as ações beneficentes, José Eduardo afirma estar “vendendo o almoço para comprar a janta” quando o assunto é o pagamento dos carros. Um dos veículos, uma Ford Rural 1970, cujas arrecadações serão destinadas exclusivamente à ajuda das famílias filiadas da ONG, por exemplo, demanda R$18 mil para que seja quitada. Já os outros dois carros, que estão com pagamento em dia, terão parte dos valores empenhados para pagar por mais um veículo a ser sorteado dentro de alguns meses.

1970. Foto: Reprodução.

“Antes da pandemia nós pagávamos à vista e tínhamos retorno quase imediato com os sorteios, viabilizando os tratamentos e insumos necessários aos nossos dependentes. A situação, porém, ficou muito difícil e agora estamos empenhando parte dos valores arrecadados pra comprar outros carros”, ressalta o analista.

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Desanimado também com sua situação pessoal, José Eduardo se vê numa “sinuca de bico” dentro da própria casa. É que mês passado, ele conseguiu liberação para utilizar um home-care que ajudou muito nos cuidados de Felipe. O rapaz exige assistência médica diuturnamente. Com menos de um mês de instalação, porém, o plano de saúde responsável recorreu da liberação e retirou os aparelhos da residência, tornando a situação de Felipe, José Eduardo e também da ONG ainda pior. “Com o home-care nós tivemos um alívio. Estávamos esperançosos pois acreditávamos que conseguiríamos retomar as arrecadações com certo fôlego mas, com a demanda 24h de Felipe e os custos elevados que voltamos a ter com a assistência do meu filho, não conseguimos dar conta”, lamenta.

Felipe e José Eduardo Fernandes é o responsável pela Ong e pelas rifas do bem. Foto: Arquivo Pessoal

Com altíssimas despesas do tratamento de Felipe, os maiores desafios da família têm sido os custos com assistência de enfermagem (que giram em torno de R$8mil por mês), mais materiais como fraldas geriátricas, sondas de aspiração, sonda gastroenteral e terapias.

“Há tratamentos que tivemos de suspender devido a atual situação”, afirma José. O impacto econômico afeta também o andamento da própria ONG. “Temos falta de fralda geriátrica, cestas básicas, produtos de higiene e de limpeza”, conta.

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Luz no fim do túnel

Focado nos próximos sorteios, José Eduardo tem esperança de recuperar o ritmo de arrecadações. O mais próximo – o da Ford Rural – está previsto para acontecer no dia 02 de julho. Sem quitar o carro, porém, parte das arrecadações obtidas com o sorteio serão destinadas ao pagamento do veículo e não ao suporte da ONG (e consequente ajuda às famílias). “Por isso fazemos este apelo de coração aos que podem ajudar. Para quitarmos o carro e completarmos o valor de R$18 mil, qualquer ajuda será bem-vinda”, afirma.

Sentiu no coração?

Para ajudar José Felipe a quitar de vez a caminhoneta, doações podem ser feitas por contato direto por telefone. Para dúvidas e informações sobre as rifas, o telefone é (41) 9 9519-2458.

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