Marquise do terror

Reportagem do Paraná Online é atacada por usuários de drogas

Comerciantes e frequentadores da região próxima à esquina da Avenida Sete de Setembro com Rua Tibagi, no Centro de Curitiba, estão reféns da presença de cerca de 20 marginais e usuários de crack. Os bandidos tomaram conta da marquise de uma grande loja de material de construção localizada neste ponto e, segundo relatos de quem trabalha na área, o consumo de drogas e álcool é excessivo e a situação amedronta quem passa pelo local diariamente.

De acordo com um frentista que trabalha no posto localizado em frente à loja de materiais de construção, que preferiu não revelar a identidade, a situação começou a ficar perigosa há cerca de quatro meses. “Antes viam e apenas dormiam. Depois começaram a ficar e coisa ficou feia. Muita droga sendo usada. Eles bebem o dia inteiro e incomodam as pessoas que passam na rua, clientes da loja e os nossos clientes. Abordam, pedem dinheiro e comida, pegam água. Isso afugenta os clientes e assusta a gente que trabalha por aqui”, afirma.

Uma funcionária de um escritório próximo ao local, que também não quis se identificar, afirma que na negativa das doações, os marginais ameaçam clientes e transeuntes. “Se falar que não vai dar nada, eles ameaçam bater e xingam bastante. Às vezes ficam gritando no meio posto, pedem para a gente dar comida e água e, se não der, corremos risco. Um horror. Tem muito cliente que reclama com a gente e assim ficamos à mercê desses marginais. A sensação é de medo constante”, disse a mulher, que frequenta o posto de gasolina.

Equipe ameaçada

Os relatos foram confirmados pela equipe do Paraná Online, que, no momento em que apurava as informações para esta matéria, foi ameaçada pelos marginais. O repórter fotográfico Gerson Klaina foi perseguido por três bandidos e teve que se esconder em uma sala de segurança do posto. Em seguida, mais dois elementos se juntaram ao grupo e continuaram a ameaçar a equipe e a bater no carro da reportagem. A situação só foi contornada após ação de policiais civis.

“Não aguentamos mais essa situação. Já é hora de fazer alguma coisa. Eles atrapalham o nosso trabalho e espantam clientes. Não dá mais para conviver com esse medo. Somos reféns desses bandidos”, desabafou uma funcionária do posto após a chegada da polícia.

PM não pode retirar

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM), a corporação não tem poder para retirar moradores de rua do local e a questão do uso abusivo de drogas e álcool “é problema de saúde pública”. Se uma viatura da corporação estiver passando em patrulhamento pelo local e flagrar alguém cometendo furtos ou roubos, a pessoa é encaminhada a uma delegacia para lavratura de termo circunstanciado ou boletim de ocorrência pelo crime, dependendo da situação averiguada.

Denúncias

Se a população denunciar algum delito e a Polícia Militar encontrar armas ou drogas com os indivíduos delatados, também é feito o encaminhamento para a Polícia Civil, que autua ou efetua a prisão, de acordo com a gravidade da ocorrência verificada.