Setecentas vagas de emprego devem ser abertas pela Renault a partir de março, com a reativação do terceiro turno na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Segundo a Tribuna do Paraná apurou, a abertura de vagas de emprego na Renault foi divulgada internamente pela montadora com a justificativa de atender a produção dos novos modelos Captur e Kwid.

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VEJA: como se cadastrar para as vagas

Em nota, a Renault confirmou à Tribuna que está iniciando um processo de recrutamento em preparação “para um possível aumento de produção em função das exportações de Captur”. Segundo a fabricante francesa, o novo SUV já foi lançado na Argentina e na Colômbia e será comercializado em outros quatro mercados da América Latina. No ano passado já foram exportadas mais de 3 mil unidades do modelo. Já o subcompacto Kwid começará a ser vendido no segundo semestre de 2017.

A justificativa da abertura das vagas é o início da produção do novo modelo Renault Captur. Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem / Renault

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“A Renault não visualiza que o mercado brasileiro terá crescimento este ano, mas de maneira estratégia está olhando para o mercado de exportação, o que todas as montadoras devem fazer esse ano”, comenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka. Segundo ele, com a abertura do terceiro turno, a empresa francesa “sairá na frente quando o mercado nacional reaquecer, em 2018 ou 2019”. O SMC negocia se as contratações serão temporárias, registradas ou grupo especial.

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Apesar de a quantidade de novos empregos na planta paranaense ter sido confirmada pelo SMC e já circular entre funcionários e em grupos de WhatsApp, oficialmente a empresa alega que está fazendo estudos e aguardando a confirmação de volumes dos mercados para os quais irá exportar para definir o número de contratações.

Como se candidatar para as vagas na Renault

A Renault trabalha em dois turnos com a capacidade máxima, de 60 veículos por hora. “Qualquer incremento de produção se dará com a criação de um terceiro turno parcial”, adianta. O Complexo Ayrton Senna emprega cerca de 5,1 mil colaboradores, dos quais cerca de 3,5 mil na linha de produção.O salário de ingresso gira em torno de R$ 2,8 mil, além de vale-mercado de R$ 340, convênio médico e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – que em 2016 foi de R$ 24,8 mil. Segundo Butka, o perfil para as vagas é ensino médio completo e qualificação básica na área metalúrgica. De acordo com a Renault, interessados devem se cadastrar pelo site da RH Nossa. Não serão aceitos currículos na portaria da fábrica.

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No ano passado, saíram da fábrica de São José dos Pinhais 205 mil unidades, entre veículos de passeio e comerciais leves.

VW/Audi deve cortar turno

Situação oposta à da Renault enfrenta a planta da Volkswagen/Audi, também em São José dos Pinhais. “A Volks passou por um momento delicado nos últimos dois anos, o pior da história dela no Brasil, e deve atravessar 2017 em situação não diferente, com possibilidade de trabalhar em um turno no segundo semestre se o mercado não aquecer”, antecipa o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka.

Ele comenta que a montadora conta com cerca de 2 mil empregados. No ano passado, desligou 250 trabalhadores que aderiram ao Programa de Demissões Voluntárias, que ofereceu uma bonificação de 2 salários para cada ano de trabalho. “Para manter um turno, provavelmente no segundo semestre terá layoff para todo o segundo turno. No terceiro só tem o pessoal da manutenção”, explica.

O presidente do SMC afirma que a VW/Audi mantém a fábrica paranaense com a expectativa de voltar a crescer nos próximos dois anos. “Uma empresa que chegou a montar 260 mil veículos produziu pouco mais de 60 mil no ano passado”, lamenta o sindicalista. (OP)