Pra não reclamarem

Posto usa cartaz pra explicar porque não baixou preço do diesel

Foto: Albari Rosa
Foto: Albari Rosa

Para se precaver da reclamação dos clientes, o Posto Juvevê, no bairro de mesmo nome em Curitiba, fixou cartazes nesta segunda-feira (4) mostrando as datas em que recebeu cada carregamento de diesel. O objetivo é deixar claro porque o valor do combustível ainda não baixou na bomba os R$ 0,46 prometidos pelo governo federal após a greve dos caminhoneiros de dez dias que parou o Brasil.

No cartaz, consta o preço da última compra de diesel feita em 31 de maio (R$ 3,20) e o preço da compra anterior (R$ 3,42). Embora não apresente o valor do frete, os números mostram que o desconto na distribuidora foi de R$ 0,22 em relação às duas compras. Já no preço do diesel praticado pelo posto atualmente (R$ 3,29), o desconto é de R$ 0,34 em relação ao preço do dia 21 de maio (R$ 3,63). Ou seja, é até maior do que o desconto na compra de combustível.

“Fizemos isso para explicar que estamos fazendo o máximo que podemos. Para baixar o valor mais do que isso, entraremos no preço de custo, o que e não tem como praticar. A portaria do governo diz que a obrigação é repassar o desconto. Se a próxima compra vier com mais baixa, nós vamos repassar com certeza”, explica o dono do posto, Luiz Antônio Rasera, 64 anos.

Já em relação à gasolina, embora não haja cartazes explicando os valores, a variação no preço é nacional, portanto não acontece só em Curitiba. A explicação é o acréscimo de 2,25% no valor do combustível nas refinarias, anunciado no sábado (2) pela Petrobras, somado ao acréscimo de 0,74% que já havia ocorrido na quarta-feira (30).

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Esta descontinuidade de preço atinge os estoques dos postos e se somam à livre prática de comércio, o que influencia na variação. Além disso, depois desses aumentos anunciados, nesta segunda a Petrobras determinou redução de 0,68%. Com isso, o litro da gasolina nas refinarias passará de R$ 2,0113 para R$ 1,9976, já a partir desta terça-feira (5). O que quer dizer que vem mais variação por aí.

Para se ter uma ideia da diferença na cobrança do combustível na bomba antes e depois da greve, basta olhar para a média destacada no site da Agência Nacional de Trânsito (ANT), mostrando que era possível encontrar gasolina em Curitiba por R$ 3,89 antes da paralisação dos caminhoneiros. O preço do diesel, no entanto, vai depender do repasse das refinarias. Segundo o governo, a redução total para R$ 0,46 a menos ainda vai demorar alguns dias porque ela depende da redução dos impostos que deve ser feita por cada estado.

Notificação do Procon-PR

Até a manhã desta segunda-feira (4), o Procon-PR notificou 50 postos de combustíveis do Paraná em relação ao aumento abusivo nos preços praticados durante a greve nacional dos caminhoneiros. Os estabelecimentos foram citados em denúncias encaminhadas à instituição por meio de um link disponibilizado no site do Procon-PR desde o dia 24 de maio. Até a última sexta-feira (1), havia registro de cerca de 500 denúncias na página, número que deve aumentar nos próximos dias, assim como a quantidade de notificações.

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