O suspeito preso e o rapaz morto em confronto com a Polícia Militar, depois do assassinato do dono de uma loja de autopeças no Atuba, segunda-feira, foram identificados no fim da semana passada. Ricardo Rafael de Oliveira, 26 anos, o “Zoinho”, tombou no quintal de uma casa. Leomar Soares, 32 anos, negou-se a dar o nome à polícia no dia da prisão. O empresário Claudinei Bento de Souza, 37 anos, seria dono do imóvel onde foi descoberto, em 30 de outubro do ano passado, desmanche de veículos, na garagem subterrânea.

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Para descobrir o motivo do homicídio de Claudinei, algumas pessoas serão ouvidas nesta segunda e terça-feira, no 6.º Distrito Policial (DP). Leomar apenas declarou à polícia que conheceu Ricardo na rua, no Tatuquara, no mesmo dia da execução. Neste dia, segundo o preso, Ricardo disse que lhe daria R$ 3 mil para “acompanhá-lo numa cobrança”. Leomar disse que aceitou, pegou um revólver calibre 38 e foi até a autopeças Valdera, na divisa do Atuba com o Bairro Alto. Lá, Ricardo teria atirado em Claudinei e a dupla correu do local. O detido não explicou qual seria a cobrança nem a mando de quem ela estava sendo feita.

Antecedentes

A dupla não contava que uma equipe da Polícia Militar passava por perto e flagrou os dois correndo, cada um com um revólver calibre 38 na mão. Houve confronto e Ricardo morreu no quintal de uma casa. Leomar foi preso em flagrante. De acordo com o escrivão Allan, do 6.º DP, a família de Ricardo é de Cascavel e só esteve quinta-feira na delegacia, depois de saber da morte pela imprensa e desconfiar que o morto era o parente, há anos longe de casa.

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Um dos familiares contou que, Ricardo passou os últimos anos na cadeia, por roubo. Recentemente ele estava foragido do sistema penitenciários e tinha mandado de prisão em aberto. Por conta da vida de crimes, fazia 10 anos que ele não tinha contato frequente com a família. Leomar também já teria antecedente criminal por roubo.

Lineu Filho
Em outubro do ano passado, acharam peças de 200 caminhonetes.

Batcaverna

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Uma das informações que deverá ser averiguada pelo 6.º DP é se que Claudinei tinha envolvimento com a quadrilha da “Batcaverna”, o desmanche subterrâneo encontrado na Rua Francelisio José de Camargo, na margem da BR-116. A casa não levantava suspeitas da vizinhança, porque o negócio ilegal funcionava no subsolo. No chão da garagem havia um elevador hidráulico, por onde a quadrilha descia os carros para cortá-los.

A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) localizou na época, peças de pelo menos 200 caminhonetes no local. Clayton Vicente Valdera, 33, cujo sobrenome é o mesmo da autopeças onde Claudinei foi morto, foi preso em flagrante na “Batcaverna”. A DFRV afirmou, na época, que o chefe da quadrilha e dono do imóvel era Claudinei, preso em fevereiro pela especializada. Ele foi localizado numa chácara, em São José dos Pinhais, com um caminhão com placas adulteradas. Neste dia, ele alegou à imprensa que apenas tinha alugado o imóvel da “Batcaverna” e não sabia da atividade que estava sendo desenvolvida lá dentro.