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Operação da Polícia Federal investiga desvio de recursos de bolsas da UFPR

A Polícia Federal (PF) cumpre 73 mandados judiciais na manhã desta quarta-feira (15) em operação que investiga desvio de recursos públicos destinados à Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A Operação Research (pesquisa, em inglês) averígua fraudes milionárias no repasse de bolsas de estudo a pessoas sem vínculos com a UFPR entre 2013 e 2016. O valor desviado não foi informado pela Polícia Federal.

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Além de 180 policiais federais, participam da operação seis servidores da Controladoria Geral da União e quatro do Tribunal de Contas da União (TCU).

No total, estão sendo cumprindo 29 mandados de prisão temporária, oito conduções coercitivas e 36 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

Foto: Aniele Nascimento
Foto: Aniele Nascimento

Os investigados estão sendo levados às sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades onde foram localizados para prestar esclarecimento.

Os presos no Paraná serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. No Paraná, a operação ocorre em Curitiba, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Antonina, Francisco Beltrão e Ponta Grossa.

Às 10 horas, a PF dará entrevista coletiva dando mais detalhes da operação.

A UFPR disse que vai se manifestar sobre o caso nas próximas horas. Entretanto, a universidade afirma que a própria instituição denunciou o caso à Polícia Federal.

Veja o vídeo

 

Nota oficial da UFPR sobre a operação da Polícia Federal

Diante da operação deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, a Universidade Federal do Paraná informa:

1.As suspeitas de irregularidades no pagamento de bolsas e auxílios são objeto de investigações internas na UFPR desde dezembro de 2016, quando a própria universidade também tomou a iniciativa de encaminhar o caso à Polícia Federal, para investigação criminal. 

2. Assim que tomou conhecimento da suspeita de desvios de verba pública, em dezembro de 2016, a administração anterior da Reitoria determinou a abertura de sindicância para apurar responsabilidades. O procedimento é conduzido por uma comissão formada por dois professores e uma servidora técnico-administrativa e, por força de lei, corre em sigilo. O prazo para conclusão do trabalho é de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. A previsão de término dos trabalhos é meados de abril de 2017.

3. Por determinação do atual reitor, Ricardo Marcelo Fonseca, as duas servidoras suspeitas de envolvimento no caso foram suspensas do exercício de suas atividades funcionais, nos termos da Lei 8112/90.

4. O reitor Ricardo Marcelo Fonseca também determinou a criação do Comitê de Governança de Bolsas e Auxílios, visando aperfeiçoar os mecanismos de controle sobre esse tipo de pagamento. Também está criada, por meio de portaria, uma comissão para trabalhar no Plano de Transparência e de Dados Abertos da Universidade, instrumento para garantir que a sociedade tenha acesso a todas as informações de caráter público. 

5.A Universidade Federal do Paraná tomou todas as providências cabíveis para esclarecer os fatos e responsabilizar os eventuais envolvidos. Com o resultado da investigação, a UFPR solicitará a restituição dos valores ao erário. 

6. A gestão do reitor Ricardo Marcelo Fonseca reafirma seu compromisso com a transparência e a ética. Reforça ainda que condena veementemente qualquer prática ilícita e que continuará colaborando com as investigações, tanto no âmbito do Tribunal de Contas da União quanto da Polícia Federal.