Água Verde

Onda de assaltos à mão armada assusta comerciantes de importante avenida de Curitiba

Violência tem atingido principalmente estabelecimentos comerciais localizados entre a Avenida Água Verde e a Rua Goiás. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Não é novidade para ninguém que o bairro Água Verde, em Curitiba, tem enfrentado tempos difíceis por causa da insegurança. E agora a onda de violência tomou conta da Avenida República Argentina, área mais comercial da região, onde as ocorrências policiais têm crescido a cada dia, principalmente no trecho de nove quadras entre a Avenida Água Verde e a Rua Goiás.

Só semana retrasada foram três assaltos à mão armada seguidos. O primeiro e mais grave das três ocorrências foi dentro de uma loja de roupas masculinas. Por volta das 9h de 25 de fevereiro, uma segunda-feira, quatro ladrões renderam o segurança particular e tentaram roubar o estabelecimento. Mas um policial militar à paisana que fazia compras na loja reagiu. Houve troca de tiros e os ladrões conseguiram fugir.

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No dia seguinte, quarta-feira, 26 de fevereiro, foi a vez de uma hamburgueria ser alvo dos bandidos. Por volta das 21h30, o restaurante foi invadido pelos criminosos, que abordaram os clientes. “Renderam a minha funcionária, colocaram a arma na cabeça dela e levaram celular, tablet, dinheiro. A gente atende muito por aplicativo, então só tinha dois clientes na hora. Mas mesmo assim é difícil. Essa região está muito insegura”, relata o proprietário Silas Cardoso.

Na quarta-feira (27), o alvo foi uma farmácia. Um homem invadiu a loja por volta do meio-dia, chegou a perguntar o preço de um desodorante para a atendente antes de anunciar o assalto. Ele tirou todo o dinheiro do caixa, guardou a arma e foi embora.

“Estou há três meses trabalhando aqui e me surpreendi com tanta insegurança”, reforça Ademir Binelli, 56 anos, gerente de outra loja na República Argentina. “Querendo ou não, aqui é um ponto comercial e isso desvaloriza o comércio de rua. A gente só vê gente por aí mais à noite nas quintas-feiras, quando tem a feirinha aqui perto. Mas polícia tem que estar aqui também quando não tem feirinha”, reclama.

Para dimensionar o tamanho da insegurança, entre os 113 comerciantes da região que participam do grupo de um grupo de alerta de WhatsApp, todos já relataram terem sido assaltados ou furtados.

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Falta policiamento

Para os proprietários e funcionários do comércio da Avenida República Argentina, uma coisa é certa: se o policiamento fosse mais constante, a insegurança seria menor. “Se viesse mais policiamento já diminuía porque a pessoa olha a PM e já sai. Não vai fazer nada na frente deles”, pontua Gabrielly Borge, atendente de uma loja de calçados.

Gabrielly lembra ainda que há um grupo de assaltantes que andam de bicicleta – a chamada “gangue do pedal ” – e perturbam os pedestres. “Eles estão subindo e agora está difícil segurar”, desabafa. “Está tendo muito um assalto. Os piás de bicicleta passam direto arrancando joias, correntinhas de jovem e idoso. Pelo menos uma vez por semana tem alguma coisa acontecendo”, relata.

Mesmo com tantas ocorrências, a Polícia Militar não cogita rever o policamento no bairro. “O trabalho desenvolvido pelo 12.º Batalhão de Polícia Militar, por meio da 5.ª Companhia, é de policiamento preventivo e ostensivo no bairro Água Verde, com os recursos humanos e materiais que possui”, descreveu, em nota, o comando da corporação. “A unidade não se exime do atendimento às ocorrências e prioriza sempre às de maior risco à vida”, ressalta.

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