Ação Social

Nova política para moradores de rua vira debate na Câmara de Curitiba

Imagem mostra uma equipe da FAS atuando para retirar pessoas do frio da rua em Curitiba
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

A Câmara Municipal de Curitiba está analisando um projeto de lei que propõe uma abordagem inovadora para lidar com a população em situação de rua na capital paranaense. A proposta, de autoria do vereador Da Costa (União), estabelece diretrizes específicas para o atendimento desse grupo, com foco em reintegração social, tratamento de dependência química e incentivo ao trabalho.

Batizada de RITA (Reintegração, Interdição, Trabalho e Assistencialismo), a política prevê a segmentação dos atendidos em seis perfis distintos, incluindo órfãos, dependentes químicos, pessoas com necessidade de interdição, migrantes, desempregados por opção e indivíduos dispostos à reintegração pelo trabalho.

Entre as medidas propostas, a prioridade em programas habitacionais e de qualificação profissional para órfãos, o acolhimento imediato para dependentes químicos que buscam tratamento voluntariamente, a possibilidade de interdição judicial e internação compulsória para casos graves de dependência.

Também estão previstos nas medidas o programa “Volta para Minha Terra”, oferecendo transporte assistido para pessoas originárias de outras cidades, a limitação de benefícios assistenciais a seis meses para quem recusar trabalho e incentivos fiscais para empresas que contratarem pessoas em processo de reintegração.

O vereador Da Costa argumenta que a cidade enfrenta um crescimento alarmante da extrema pobreza, com mais de 4 mil famílias nessa condição em 2024. Ele critica as políticas atuais, como o Hotel Social e a Mesa Solidária, classificando-as como “meramente paliativas”.

“[Políticas paliativas] incentivam as pessoas a permanecerem nessa condição, pois seu sustento básico está garantido, o que reforça a ideia de que qualquer valor recebido como esmola será gasto com entorpecentes”, afirma o vereador.

A proposta também prevê a criação de um comitê de monitoramento para fiscalizar a efetividade das contratações realizadas por empresas parceiras. Atualmente, o projeto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal, que solicitou ajustes de técnica legislativa ao autor.

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