Manhãs nebulosas!!

Nevoeiro em alta: fenômeno vai passar a ser mais comum em Curitiba. Entenda!

Neblina em Curitiba. Foto: Aniele Nascimento /Arquivo Gazeta do Povo

No primeiro mês do outono não são só as temperaturas que andam baixando na região da grande Curitiba. Quem acorda cedinho já deve ter reparado que nas últimas semanas o nevoeiro tem baixado pesado na cidade. Nuns dias breve, em outros mais persistente, a nebulosidade é comum nessa época do ano justamente pela entrada das massas de ar frio na superfície. Pra entender um pouco melhor o fenômeno, a Tribuna do Paraná conversou com o meteorologista do Simepar, Fernando Mendes.

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Começando pela “pergunta de um milhão de dólares”: neblina, cerração, névoa ou nevoeiro? Segundo o meteorologista, tanto faz, já que os fenômenos são praticamente a mesma coisa. O que muda é a visibilidade que, no caso da neblina – ou nevoeiro – afeta o campo da visão horizontal mais próximo (até 1.000 metros). Já a névoa, por ser mais fina, atrapalha a visibilidade em distâncias maiores.

Comuns nas regiões de serra, vales, planaltos e até mesmo nos grandes centros urbanos, nevoeiros e similares precisam basicamente de dois elementos para se formarem: temperaturas em rápido declínio e umidade aumentando a ponto de condensação. Típicos das manhãs de outono, os nevoeiros costumam aparecer depois de madrugadas mais frias e se formam quando a umidade do solo se resfria a uma determinada temperatura baixa. Com o resfriamento, o vapor contido na superfície se condensa, formando a nuvem próxima do solo.

De acordo com o meteorologista, a região Sul do Brasil tem apresentado condições bastante favoráveis à formação de nevoeiros. “A chegada das massas de ar mais frio e seco, típico da estação, somada à ausência de ventos tem dificultado a dispersão dos nevoeiros. Por isso eles têm demorado um pouco mais para se dissiparem, ficando visíveis por mais tempo principalmente na cidade”, explica.

Outono ameno e seco

Sobre as previsões para o outono, Fernando explica que as temperaturas devem permanecer amenas e, ao que tudo indica, a estação será mais seca. “As condições não estão favoráveis para chuva. É possível que o tempo fique mais seco até meados de junho, pouco antes de inverno. Nesse meio tempo não descartamos a ocorrência de veranicos, devido aos bloqueios atmosféricos que impedem a subida das massas de ar quente. Foi assim também no ano passado”, relembra.

Em relação ao inverno de Curitiba, o meteorologista afirma ser cedo demais para arriscar a previsão e afirma que não se pode tomar por base o inverno do hemisfério Norte, onde houve recorde de frio. “Por enquanto não há indicativos de que teremos um inverno muito rigoroso. Há de fato alguns bloqueios atmosféricos que tornam a situação bastante semelhante à do inverno passado, mas por enquanto é cedo para afirmar”, finaliza.