Zero arrependimento

“Não morreu ninguém”, disse Francischini sobre não se arrepender de seus atos no ’29 de abril’

Deputado Francischini. Foto: Nilson Bastian / Câmara dos Deputados

O deputado federal Fernando Francischini (PSL) disse em entrevista á Rádio T que não se arrepende do 29 de abril e que faria tudo de novo. A declaração foi dada no final da semana passada ao programa da jornalista Mareli Martins e deixou clara a linha que o ex-delegado pretende seguir em sua campanha para o Senado.

“Com certeza se eu fosse secretário de segurança realizaria tudo igual da mesma forma de novo. Quem é frouxo e covarde não sabe manter a lei e a ordem, ou seja, não serve para exercer função pública”, disse. Um dos principais cabos eleitorais do presidenciável Jair Bolsonaro, Francischini acabou sendo demitido do cargo de Secretário da Segurança Pública do Paraná uma semana depois da confusão.

Segundo o deputado, criou-se muito drama acerca do fato. “O problema é que falam em um massacre onde não morreu ninguém. E até hoje eu não vejo ninguém com sequelas definitivas. Na verdade foi um enfrentamento realizado pela CUT, que é um sindicato do PT, com ônibus e mais ônibus do MST e com alguns professores que tinham direito à manifestação, claro”, disse.

Francischini argumenta que os policiais apenas reagiram à ação dos manifestantes e que alguém na sua posição precisava tomar medidas para garantir a ordem. “Quem exerce função pública com responsabilidade teria tomado as mesmas atitudes em qualquer manifestação com pedras e garrafas que foram jogadas na polícia. E também com tentativa de depredação do patrimônio público. Infelizmente alguns professores se machucaram, mas a polícia tomou as medidas necessárias”.

O dia 29 de abril de 2015 ficou marcado pela ação truculenta das forças de segurança pública, então comandadas por Francischini, para coibir protestos realizados por professores e entidades de classe contra o que ficou conhecido como “Tratoraço do Richa” (votações de medidas emergenciais, sem necessidade de passar pelas comissões da casa).

Na ocasião foram aprovadas medidas do governo que previam vários ajustes de aumento de receitas e de diminuição de despesas. A parte do corte de gastos causou grande polêmica e levou os professores da rede pública de ensino a decretar uma greve que adiou o início do ano letivo.