Mulher é morta pelo ex-marido na portaria de prédio no Batel

A tentativa desesperada de reatar com a ex-mulher levou Samuel Nísio, 47 anos, à cadeia, e Karla D’Arcanchy Antmann, 35, ao cemitério. Ela foi apunhalada pelo marido quando chegava no prédio onde morava, no início da madrugada de sexta-feira. Foi levada em estado gravíssimo para o Hospital Evangélico e morreu na madrugada de sábado.

O crime aconteceu no saguão do edifício residencial Mont Pellier, situado na Avenida Visconde de Guarapuava, 4125, quase esquina com a Rua Pasteur, no Batel. Provavelmente Samuel premeditou o assassinato, já que foi procurar pela “ex” armado com um punhal.

O porteiro do prédio testemunhou o crime e tentou salvar Karla, mas não conseguiu. De acordo com a polícia, ela chegou na portaria do prédio por volta de 1h10 – após jantar com amigos – e foi surpreendida pelo assassino, assim que entrou na portaria. Eles estavam em processo de separação e Samuel queria reatar o casamento.

Pediu para subir ao apartamento, de forma que pudessem conversar, mas Karla – possivelmente pressentindo a intenção de Samuel – não permitiu que ele a acompanhasse. Imediatamente Samuel sacou do punhal e desferiu nove profundos golpes na vítima.

Socorro

Como ouviu a discussão do casal, preocupado com a segurança da moradora, o porteiro chamou a Polícia Militar. Ao perceber que ele a golpeava, o funcionário do edifício apanhou o extintor de incêndio e tentou fazê-lo parar, aplicando dois golpes em sua cabeça.

Samuel só parou quando a mulher estava caída no chão, lavada de sangue. Nisso chegou a PM e o assassino, também com as roupas ensanguentadas, tratou de fugir, levando o punhal. Foi perseguido pela rua, até parar em frente a outro prédio e dizer que iria se matar.

Samuel promoveu um escândalo em plena rua, atraindo a atenção de curiosos. Foi chamado um advogado e depois de muita negociação ele aceitou se entregar. Levado ao Ciac Sul (anexo ao 8.º Distrito), o delegado de plantão se negou a recebê-lo, dizendo que se tratava de um delito da competência da Delegacia da Mulher. Em novo deslocamento policial, Samuel foi entregue àquela delegacia – não sem antes sugerirem que fosse levado para a Delegacia de Homicídios.

Interrogado e autuado em flagrante – primeiro por tentativa de assassinato, que evoluiu para homicídio – o matador foi levado para o Centro de Triagem II, em Piraquara.

Casamento

Karla era funcionária da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), no Jardim Botânico, onde trabalhava com comércio exterior. Samuel era funcionário de uma loja de móveis no Cristo Rei. O casal tinha um filho de 8 anos.

Esta não é a primeira vez que Samuel freqüenta uma delegacia, na condição de autor. Já teve um mandado de prisão cumprido em 1995, por uma das varas de Família de Curitiba. Também já tinha antecedentes criminais por lesões corporais e por falso testemunho.