Neste domingo

Movimentos populares realizam manifestação em apoio à Operação Lava Jato

Integrantes dos movimentos se reúnem na Praça Santos Andrade no início da tarde deste domingo (26). Foto: Giuliano Gomes

A resistência à reforma da Previdência, ao sistema de voto em lista e ao foto privilegiado reuniu milhares de pessoas no Centro de Curitiba na tarde deste domingo (26). Foram aproximadamente 6 mil pessoas, segundo os organizadores do protesto, e cerca de 4 mil, de acordo com a Polícia Militar. A pauta de reivindicações defendia ainda a revogação do Estatuto do Desarmamento, a renovação política e as investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, além do fim dos privilégios políticos e do fundo partidário.

A organização do ato foi capitaneada pelos movimentos Brasil Livre, Vem Pra Rua e Curitiba Contra a Corrupção. E os manifestos foram registrados em 90 cidades do país. No Paraná, além da capital, houve protestos nos municípios de Maringá, Londrina, Sarandi, Francisco Beltrão, Irati, Toledo e Rio Negro, na Região Metropolitana de Curitiba.

Pela manhã, em torno de duas mil pessoas já haviam confirmado presença na iniciativa em diferentes páginas no Facebook. A concentração na Praça Santos Andrade começou tímida, por volta do meio-dia, mas depois foi ganhando corpo. “As pessoas precisam se conscientizar da importância da mobilização. É isso ou nada vai mudar”, argumenta Cesar Souza, 77 anos. Ele também explica o que acredita ser a razão para o protesto deste domingo. “No ano passado tinha muito mais gente porque o alvo era a Dilma. Só que o problema nunca foi só esse; o problema é a classe política, que está afundando o nosso Brasil”.

Cesar caminha com a dificuldade da idade, embora demonstre a disposição de um adolescente. Com um cartaz pendurado ao pescoço, uma espécie de placa improvisada em uma das mãos e uma muleta na outra, ele não perde as esperanças. “É como a estória da tartaruga em cima do poste. Ela está lá, mas não chegou lá sozinha, foi colocada. No caso dos políticos, é a mesma coisa: nós colocamos eles no poder, e por isso precisamos aprender, de uma vez por todas, a escolher os nossos representantes”.

Protesto tranquilo

Ainda conforme a PM, nenhum episódio de confusão foi registrado durante a manifestação. Da Praça Santos Andrade, os participantes saíram em marcha pela rua Marechal Deodoro, passando pela Praça Zacarias e a Travessa Oliveira Bello até a Boca Maldita. Em trio, estudantes representavam a luta do povo brasileiro reprimido pelo Supremo Tribunal Federal. Para eles, a pressão popular é fundamental para que os políticos entendam o que a população quer, e aprendam com isso.

Coxinhas x Mortadelas

“Eu prefiro ser coxinha numa hora dessas”. A fala é de Marli Rossi, 47 anos. Ainda ofegante devido à caminhada pela região central junto com a marcha do protesto, ela revela a razão para pensar dessa forma. “Prefiro ser chamada de coxinha, embora de frango ou de carne podre, do que ser classificada como mortadela que defende uma bandeira suja de corrupção e que não representa o povo brasileiro”. Ela diz ainda que não se impressiona com a quantidade menor de participantes no ato de hoje. “O curitibano é mais sossegado, mais caseiro. No ano passado foi tudo mais efervescente porque ninguém aceitava a manobra que o governo tentava fazer para garantir o foro privilegiado ao Lula”.

 

Manifestação deste domingo (26) tem como objetivo principal prestar apoio à Operação Lava Jato, mas também tem outras pautas. Foto: Giuliano Gomes

Manifestação deste domingo (26) tem como objetivo principal prestar apoio à Operação Lava Jato, mas também tem outras pautas. Foto: Giuliano Gomes