Educação

Movimento de pais cobra volta às aulas em protesto no Parque Barigui

Pais de estudantes que defendem a volta às aulas, após quase sete meses de escolas fechadas por causa da pandemia, fizeram um protesto na manhã deste domingo (4) no Parque Barigui, em Curitiba. Com uma faixa escrita “Bares e shoppings antes das escolas!!! Greca e Ratinho, por que o lazer dos adultos importa mais que a educação das crianças???”, eles cobraram o prefeito de Curitiba e o governador do Paraná.

A manifestação é do Movimento de Pais – Volta Aula Paraná. O objetivo é de que as aulas presenciais retornem nas escolas, assim como outras atividades da sociedade já retornaram, com todos os cuidados sanitários.

“O movimento cobra das autoridades um parâmetro certo para a volta às aulas. Para fechar as escolas no começo da pandemia os critérios foram baixíssimos, seguindo a orientação da Organização Mundial de Saúde. Agora, para reabrir, os critérios são muito altos”, compara o empresário Fernando Salles, 41 anos, um dos líderes do movimento, que há uma semana já havia organizado uma carreata de protesto.

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Poucos pais participaram do ato nesta manhã. O grupo se concentrou em frente ao centro de eventos do Barigui e saiu em caminhada, por volta das 10h30, segurando faixas e gritando mensagens de volta às aulas com um megafone. Crianças também seguravam faixas. O Barigui estava com grande movimento de pessoas caminhando e se exercitando neste domingo. “Queremos chamar a atenção para este tema importante a todos”, disse Salles.

A retorno das aulas presenciais tem sido uma discussão que divide opiniões em Curitiba. Pelas redes sociais, há quem defenda o retorno e quem critique a retomada das atividades das escolas sem uma vacina contra o coronavírus. “Entendemos as críticas. Mas os pais que não querem o retorno estão apenas com medo desse retorno, preocupados que os filhos morram, mas, muitas vezes, sem levar em conta uma base técnica sobre o risco de contágio. Várias pesquisas, até internacionais, apontam que não há esse risco para as crianças. Inclusive, a chance das crianças transmitirem a doença é baixa. Seguindo protocolos, não há problema em retomar as aulas”, argumenta Salles.

O Movimento de Pais – Volta Aula Paraná defende um retorno híbrido das aulas presenciais. Segundo Fernando Salles, os pais que preferem que os filhos continuem estudando em casa devem ter o direito de fazer isso. “Mas o que preferem mandar para escola não deveriam ser impedidos”, defende o empresário.

Salles também reclama da fragilidade do ensino on-line. “As crianças não têm o mesmo rendimento. Estudos mostram que elas conseguem ficar na tela de um computador, prestando atenção, por cerca de dez dias. Elas já estão há seis meses. Até pode-se dizer que as crianças estão se superando por conseguirem ficar tanto tempo com aulas online”.

Secretaria de Educação

Na semana que passou, o secretário estadual da Educação, Renato Feder, disse em entrevista que está preocupado com a evasão escolar durante e após a pandemia. Ele defende a discussão pelo retorno das aulas mesmo antes do surgimento de uma vacina, desde que protocolos sanitários sejam seguidos contra o coronavírus.

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Segundo o secretário, apesar do ensino on-line estar disponível, ele sozinho não é suficiente para estimular os alunos a ficar na escola. Feder também disse temer que, no fim da pandemia, após tanto tempo longe das aulas presenciais, os estudantes optem por abandonar os estudos.