Crime macabro

Motorista de app é preso suspeito de levar jovem até local de morte e filmar seu assassinato

Segundo a polícia, Gicimar teria levado a vítima e os assassinos até o local do crime, além de filmar o jovem sendo morto. Foto: Divulgação/Polícia Civil

Mais um suspeito de participar do assassinato de Heverton Silva Assem, de 21 anos, morto em agosto do passado, foi preso em Curitiba. Conforme a Polícia Civil, o motorista de aplicativos Gicimar Rodrigo Ribeiro Santos, 28 anos, teria levado a vítima e os autores até o local do crime. Além disso, segundo a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele teria filmado o jovem sendo morto de forma brutal.

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O delegado Fábio Amaro, da DHPP, informou que Gicimar foi chamado pelos assassinos no Centro de Curitiba e depois levou eles até a Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Além de Gicimar, outros dois envolvidos – Julia Beatriz Silva, 22 anos, e Keven Luis Marques, de 26 – que são apontados como os responsáveis pela morte, foram presos no ano passado e um quarto homem morreu em confronto com a polícia. Encontradas pela polícia com o grupo, as imagens do crime teriam sido gravadas pelo motorista do aplicativo.

“Nós obtivemos o vídeo que mostra o esquartejamento e decapitação de uma pessoa. Depois, descobrimos que era o Heverton e, posteriormente, duas pessoas foram presas, a Júlia e o Kevin. Este rapaz era encarregado do transporte da vítima até o local de morte e depois transportou as pessoas responsáveis pelo crime de volta para a região central. Até agora o corpo de Heverton não foi encontrado e esse rapaz pode colaborar”, explicou.

O Crime

Morto em agosto de 2017, Heverton veio do Rio de Janeiro para Curitiba, para fazer um treinamento em uma rede de restaurantes. Foto: Colaboração/Arquivo Pessoal.
Morto em agosto de 2017, Heverton veio do Rio de Janeiro para Curitiba, para fazer um treinamento em uma rede de restaurantes. Foto: Colaboração/Arquivo Pessoal.

A família de Heverton Silva Assem, 21 anos, em agosto, procurou a Tribuna do Paraná para pedir ajuda, pois não tinha nenhuma informação sobre ele. O rapaz, que veio do Rio de Janeiro para Curitiba, participava do treinamento de uma rede de restaurantes.

Dos três envolvidos identificados em dezembro de 2017, um deles morreu em confronto com policiais militares. Os outros dois, Julia e Keven foram presos. Embora neguem o crime, a DHPP conseguiu um vídeo que mostra parte da ação brutal que foi cometida. “E não nos restam duvidas sobre a autoria”, explicou o delegado Jaime da Luz.

Investigações

A polícia chegou até a dupla depois de um trabalho intenso de investigação, que começou logo depois do registro do desaparecimento, na Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP). Com a ajuda da polícia de São Paulo, a DHPP soube de um carro – roubado em Curitiba – que foi abandonado após um acidente em Itu. “Dentro desse carro estava um cartão de memória e uma carteira de trabalho em nome de Julia. A partir daí as investigações se desdobraram e chegamos até os envolvidos”, contou o delegado.

Vídeo

Durante a análise do material armazenado no cartão, a polícia encontrou alguns arquivos, entre eles dois áudios, em que pessoas que se denominavam membros de uma facção criminosa, interrogavam e torturavam uma pessoa que relatou trabalhar em uma rede de hamburgueria. Nos arquivos, a polícia também encontrou um vídeo que mostra os suspeitos decapitando a vítima.

 

Jovem carioca desaparece durante período de treinamento em rede de restaurantes de Curitiba