A Polícia Civil do Paraná (PCPR) recuperou a motocicleta utilizada no assassinato brutal de Ana Paula Campestrini, ocorrido no dia 22 de junho em uma rua do bairro Santa Cândida, em Curitiba. O veículo foi encontrado no fim de semana desmontado e com partes enterradas na zona rural de São José dos Pinhais, região Metropolitana de Curitiba. 

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No dia do crime, Marcos Antônio Ramon, diretor do clube Morgenau, e amigo do presidente do clube, Wagner Oganauskas, ex-marido dela, perseguiu Ana com uma moto vermelha. Desde então, o veículo não tinha sido encontrado. De acordo com a PCPR, uma denúncia anônima levou a um homem que teria abandonado a motocicleta.

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Em depoimento à Polícia essa pessoa relatou que teria sido ameaçada pelo atirador para que abandonasse o veículo, pois um familiar estaria devendo dinheiro a Wagner. Em troca, esse homem teria que destruir a moto em várias partes e enterrá-la. “Toda linha de investigação estava correta. Quem mandou enterrar a moto foi o atirador. Importante reforçar que o contratado para essa função não sabia que tratava de um homicídio. Essa pessoa tinha medo de sofrer represália e isso demonstra o perigo do atirador”, disse Tathiana Guzella, delegada da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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O responsável por levar e desmanchar a moto em vários pedaços pode ser punido pelo Ministério Público. A Polícia Civil finalizou o inquérito policial e os acusados seguem presos temporariamente.

Foto: Reprodução/Facebook.

MP denuncia dupla

O Ministério Público do Paraná (MPPR) ofereceu denúncia criminal contra Wagner Oganauskas e Marcos Antonio Ramon, acusados de participar da morte de Ana Paula Campestrini, no dia 22 de junho. O crime ocorreu de forma brutal, quando ela tentava entrar no condomínio em que residia. Ana Paula Campestrini morreu após ser alvo de pelo menos 14 disparos.

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Na denúncia, proposta pela 1ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida, com base nas investigações conduzidas pela Polícia Civil, o MPPR sustenta que a motivação do crime teria sido o fato de o ex-marido não aceitar o novo relacionamento mantido pela vítima, com uma mulher. Conforme a denúncia, o acusado teria passado a “empreender diversos constrangimentos e problemas contra a vítima”, principalmente ao dificultar o livre acesso dela aos filhos do casal (executado por meio de alienação parental) e aos bens adquiridos na constância do casamento (ocultação de bens).

Foram consideradas como qualificadoras para o homicídio o fato de ter sido praticado em razão do sexo feminino da vítima (feminicídio), ter sido utilizado recurso de dissimulação que dificultou sua defesa e o motivo torpe. Dois dos denunciados (o ex-marido, mandante do crime, e o autor dos disparos) estão presos temporariamente, tendo o Ministério Público do Paraná requerido à Justiça a conversão em prisão preventiva.

Foto: Reprodução/RPC.

O crime

Dois homens foram presos na manhã do dia 24 de junho suspeitos de envolvimento na morte de Ana Paula Campestrini Oganauskas, na última terça-feira no bairro Santa Cândida, em Curitiba. A prisão dos homens, identificados como Wagner Cardeal Oganauskas, advogado presidente da Sociedade Morgenau, e Marcos Antônio Ramon, diretor do clube, ocorreu em Curitiba. Wagner é ex-marido de Ana Paula, suspeito de ser mandante do crime.

O crime, flagrado por câmeras de segurança, aconteceu de forma brutal, no momento em que a vítima estava chegando na residência em que morava. Ela foi abordada por um homem em uma motocicleta que disparou por diversas vezes contra o carro em que Ana Paula estava. “Está comprovado que o autor dos disparos perseguiu a vítima no trajeto até o local da morte”, disse a delegada Tathiana Guzella à imprensa na épica do crime.

A delegada Camila Ceconello, que também participou da investigação, reforçou que Ana Paula era obrigada a ver da rua os filhos praticando esporte em um clube recreativo de Curitiba. “Na data do fato, ela tinha conseguido uma carteirinha para poder entrar no clube que o ex-marido é presidente. A vitima foi feliz para o clube e foi seguida pela moto que era conduzida por um amigo, um diretor do clube”, reforçou Cenonello. Em depoimentos, os acusados não confirmaram participação no crime.