Perigo silencioso

Mortes por choques elétricos aumentam 12% no Brasil; Paraná é o 9º colocado

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O Paraná é o nono estado com mais mortes ocasionadas por choque elétrico e incêndios por curto circuito. Choques elétricos representam um verdadeiros risco para sua vida. Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2020 da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), houve um aumento de 12% no número de mortes ocasionadas por acidentes elétricos no Brasil em 2019.

Foram 33 ocorrências no Paraná. A faixa etária com mais vítimas foi a dos 31 e 40 anos. Segundo o estudo, as fatalidades acontecem em sua maioria no ambiente interno de casas, apartamentos, sítios e fazendas. O fio partido em instalações elétricas foi o maior vilão dos acidentes, somado a instalações precárias como tomadas sem tampas, cabos sem isolamento, fios expostos que podem ser tocados e gerar a descarga fatal.

Pelo levantamento, foram 697 acidentes fatais, contra 627 ocorridos em 2018. Outro dado que chama bastante a atenção é o número de incêndios causados por sobrecarga de energia e posterior curto circuito: 656 incêndios com 74 mortes, um aumento 23% em relação à 2018.

As mortes da região Sul representam 16% do total. O Nordeste foi a região que apresentou maior número de casos fatais: 41%, seguido pelo Sudeste, com 20%.

O Engenheiro Eletricista Fábio Amaral, diretor da Engerey Painéis Elétricos, explica que dentre os maiores motivos para a causa de choques elétricos fatais está a má qualidade de instalações elétricas e a falta de conscientização da população sobre os riscos eminentes que a rede elétrica pode trazer.

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“Mesmo em pleno século 21 ainda vemos muitas instalações elétricas feitas de maneira amadora e com baixíssima qualidade. Aqui no Brasil tem muito “eletricista de internet”, achando que pode dar um “jeitinho” em tudo e não se dá conta do tamanho do perigo” diz Amaral

Mesmo que ainda ocorram muitos acidentes na rede aérea de distribuição (postes e cabos de energia), a maioria dos acidentes acontece em residências, que abrangem casas, sítios, apartamentos e fazendas. “Por essa razão é preciso que exista um aumento sobre a conscientização da população leiga sobre como agir em domicílio e garantir que os eletricistas profissionais estejam cada vez mais capacitados”, complementa o especialista. 

Para prevenir

Segundo ele, uma das maneiras mais simples de começar a resolver esse problema é a instalação de um Dispositivo Residual (DR) nos quadros elétricos. Esse dispositivo interrompe a corrente elétrica quando existe alguma anomalia no sistema, seja esta causado por um curto circuito, por algum defeito interno ou caso uma criança tenha colocado um brinquedo metálico na tomada.

“Apesar do DR ser exigido por lei desde 2012, apenas 20% das residências no Brasil possui esse dispositivo”, explica o especialista.

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Outra dica do Engenheiro é nunca manusear nenhum equipamento eletrônico descalço. Use algum tipo de calçado para evitar que seu corpo funcione com condutor durante a descarga elétrica. Nunca encoste no chuveiro quando este estiver ligado, nem fale ao celular quando o mesmo estiver carregando. 

A água é uma inimiga da maioria dos aparelhos elétricos. Por isso, sempre os mantenha longe de pias ou qualquer fonte de água, pois isso pode gerar um curto circuito. Em caso de tempestade, se afaste dos objetos elétricos. Raios podem gerar picos de energia e os aparelhos podem funcionar como condutores de descargas.

“Tudo passa por uma boa conscientização. Não se pode brincar com eletricidade e os números mostram o quanto isso pode ser fatal”, adverte Fábio Amaral.